sábado, 7 de janeiro de 2012

Capitulo 37 - A minha surpresa


A Casa de Júlia é assim, sempre um evento após o outro, sempre uma surpresa. Fizemos nossa sauna e todos entraram para seus banhos, Júlia disse que aguardava todos dentro de duas horas, dava tempo até para um leve cochilo reparador. Lucas já estava dormindo há um bom tempo e todos aguardavam para saber como ele estaria  ao acordar. Eu e Lara deitamos direto da sauna, deixamos o banho para depois. Estávamos cansados e depois do churrasco, das biritas, cantoria e da sauna, nada como um soninho para recuperar as energias.


Quando saímos do quarto a surpresa! Tochas iluminavam o gramado e a piscina, frutas à mesa e uma bandinha com violão, uma bateria e um baixo.
Júlia havia convidado mais alguns vizinhos e uma festa estava para nós, e éramos os convidados de honra. Júlia pegou o microfone e com sua maestria anunciou a chegada de Rafaella, a herdeira da família e mais nova princesa da sociedade carioca. Seria a menina cobiçada dentro de uns dezoito ou vinte anos. Lucas apareceu meio lento ainda, sorrindo para todos, ciente de que tinha apagado no fim da tarde. Chegou perto de mim e prometeu que estaria bêbado novamente antes do fim da noite. Confessou que estava muito feliz por tudo e que estava literalmente de folga, vivendo um fim de semana de férias de tudo. Estava ali como o pai de Rafa, feliz com os amigos e quebrando todos os protocolos.


A Festa foi mesmo uma delícia! A banda era ótima. Todos curtiram, beberam e dançaram a noite toda. Júlia estava mesmo muito feliz e linda, só não estava mais linda do que Lara, pois aos meus olhos isso era totalmente impossível.


Eu e Lara dançamos e nos namoramos durante toda a noite. Fizemos amizade com os casais que passaram a tarde na casa, eram pessoas muito bacanas e de bom astral. Combinamos de nos ver no Rio de Janeiro e um deles já estava arrumando uma casa para nós comprarmos na rua de Lucas. Eram os novos tempos, para Lara, comprar uma casa ali era quase um troco, para mim um sonho, mas o melhor de tudo era o fato de Lara estar vivendo o meu sonho com a mesma paixão e intensidade que eu. Conversamos sobre o projeto como seria a casa e até mesmo a  festa de inauguração que faríamos. Eu vivia um sonho  e o ápice estava próximo.


Para variar fomos os últimos da festa. No fim, estávamos nós quatro, conversando,  lembrando do passado, das histórias vividas, dos micos, das derrotas, das vitórias, e tudo que vivemos até aquele momento. Fizemos um último brinde com um Moet Chandon especialmente guardado por Júlia. Erguemos nossas taças e brindamos à nossa amizade de tantos anos e ao sentimento que nos uniu, o amor. Amor de irmão, amigo e   de homem e  mulher.


O conjunto encerrou a festa com Canção da América, clássico de Milton Nascimento: “...amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, dentro do coração, assim falava a canção que na América ouvi...


Nos despedimos de Júlia e Lucas, peguei o violão de  Lucas e fomos para o quarto. Disse a Lara que tocaria uma música para ela, que nunca havia tocado antes, e esta seria para sempre a nossa canção:


"Eu tenho tanto pra lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você
E não há nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você
Nem mesmo o céu nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito
Não é maior que o meu amor
Nem mais bonito...”


A música foi tocada com todo meu amor, dedilhada, acariciando o violão como se ele fizesse parte de mim. Toquei e cantei de mansinho com brilho nos olhos e com o coração. Lara sorriu e vestiu para mim uma camisola de seda marfim, curtinha e decotada que deixava seu corpo bronzeado de sol ainda mais lindo. Sua pele macia, perfumada, seus cabelos lisos, lindos e sua boca com um leve batom, olhos pintados. Lara me deixava encantado. Abracei-a com todo amor que eu tinha dentro do peito, apagamos a luz, apenas as velas que levamos ficaram acesas. Foi uma das melhores noites de amor que tivemos. Uma de muitas que viriam, selando nossa paixão e o amadurecimento de nosso amor. Lara era minha alma gêmea, minha metade, meu tudo. Dormimos abraçados e extenuados.


O Domingo começou com uma bela alvorada. Sol nascendo no horizonte, céu azul e um café da manhã impecável com muitas frutas, sucos e pães. Passamos boa parte do dia ali à mesa, batendo papo, e curtindo o momento. Depois mais algumas horas ao sol a beira da piscina. Por volta do meio dia Lara falou comigo e com Lucas que queria voltar pois não queria enfrentar o trânsito. Segunda-feira voltaríamos à  realidade e a dureza. Lara estava preocupada com minha volta ao  trabalho na construtora. Foi minha vez de aprontar surpresas. Não se preocupe meu amor, falei eu para Lara, nesse momento pedi a Lara que olhasse para o portão. Lá estavam entrando Dr. Oswaldo, Heloísa e meus pais. Lara me olhou sem entender nada do que estava acontecendo. Nossos pais chegaram bem perto, todos abraçaram e beijaram Lara. Dr. Oswaldo parou ao meu lado e  tirou do bolso uma pequena caixinha.


Eu e Júlia havíamos tramado tudo, com o aval de Lucas. A viagem era um pretexto para o grande momento do fim de semana. Dr, Oswaldo me entregou a caixinha e imediatamente a banda da noite anterior reapareceu como que por mágica, dessa vez com outro intuito. Entoaram a mesma música que eu havia cantado no quarto para Lara. Peguei minha amada pelas mãos e tomei a palavra:


“Lara, meu amor, isso tudo que está acontecendo esse fim de semana tem um único motivo. Você é a melhor  coisa que aconteceu em minha vida. Quando viemos aqui pela última vez, eu conheci a mulher que mudaria toda a minha vida. Eu era um homem sem rumo, sem objetivos claros e sem fé no amor. Você apareceu como um anjo caído do céu, entrou na minha vida para me encher de luz, de esperança e de amor. Depois de você virei uma pessoa determinada, confiante e apaixonada, você é o amor que existe dentro de mim. Combinamos de fazer tudo aqui pois foi onde tudo começou. Nossos pais já sabiam de tudo e vieram aqui para presenciar o momento mais importante da minha vida. Quero pedir a você que seja a mulher, que seja minha amiga, amante e companheira (roubei o verso do genial Juca Chaves, achei perfeito para o momento). Prometo te amar e te respeitar, e me empenhar todos os dias da minha vida em te fazer muito feliz, em fazer por você tudo que você já fez por mim. Você me fez renascer e eu quero fazer sua vida uma vida cheia de amor. Peço a benção e anuência de seus pais, para me casar com você, no dia e do jeito que você quiser."


Nossos pais estavam com os olhos marejados. Minha mãe se debulhava, os homens se controlavam como podiam e Júlia e Heloísa se abraçavam solidárias. Beijei Lara com amor e respeito e seus olhos brilhavam. Lara estava feliz, serena e tranquila. Lara era assim, brilho próprio, beleza, serenidade. Lara era para mim a materialização do amor em estado puro, pleno. Lara sorriu e foi a vez de meu pai falar. Ele era de palavras simples. Agradeceu a todos pelo momento, pelo bem que a família Oliveira Telles estavam me proporcionando. Disse que Lara era mais uma filha e que estava muito orgulhoso por tudo que estávamos vivendo.


Dr. Oswaldo, um pouco mais formal, fez um breve discurso sobre estar vendo a filha única feliz e apaixonada por um homem , segundo ele, de bom caráter e alma pura. Palavras que me tocaram fundo na alma. Foi o único momento em que meu pai derramou lágrimas. Eu sentia que ele estava orgulhoso pelo reconhecimento à boa educação que eles haviam me proporcionado. Nos abraçamos todos. Eu agradeci muito aos meus amigos Lucas e Júlia e aos meus pais por tudo que fizeram por mim.


Dr Oswaldo anunciou novo churrasco no domingo, a banda montou os instrumentos, alguns vizinhos e amigos começaram a chegar e dr. Oswaldo sentenciou. Relaxem! Nosso motorista levará o carro amanhã, e nós voltaremos no meu helicóptero.

4 comentários:

Anônimo disse...

Que capítulo maravilhoso! Arrasando como sempre, meu autor mais lindo! Esse capítulo foi um sonho!

Lennon Pereira disse...

Obrigado pelo Carinho Anonima! ( eu suponho que seja anonimA) risos

Anônimo disse...

Esse capítulo foi de dar inveja a qualquer novelista da Globo.Bah!Quanta coincidência boa.Se fosse comigo meu sogro chegaria para tomar do meu espumante e ainda diria: tem lugar no carro par eu voltar com vocês?
É a vida real....

Lennon Pereira disse...

Obrigado Anonimo 2, Seu sogro deve ser um boa praça!! qualquer coisa coloca ele no onubus da 1001!! risos e abraços