terça-feira, 18 de setembro de 2018

Garimpeiro 4.0 A inovação está dentro de nós.


Muito ouvimos falar na indústria 4.0 e sempre ao seu lado vemos o tema inovação.
O mantra da dos tempos atuais é inovar!! Em casa, no trabalho, nos relacionamentos, nas tarefas rotineiras.

Estava eu em uma das minhas rotineiras caminhadas matinais, costumo faze-la entre 6:30H e 7:30H. Coloquei esse hábito como forma de começar o dia com a mente limpa e, portanto, aberta para as informações com as quais me deparo todos os dias.

Nesse dia uma cena me chamou atenção. É conhecido de todos e os jornais já fizeram matérias sobre os caçadores de tesouros, ou garimpeiros das praias.

São pessoas que trabalham cavando a areia, em busca de moedas e principalmente joias,  (anéis, cordões, pulseiras, e etc...), perdidos por banhistas nos dias de praias cheias.

O que me chamou a atenção foi o equipamento e a forma com que Joilson da Silva (pediu para não citar seu nome real, segundo ele holofotes atrapalham o trabalho).

Vi o rapaz com um detector de metais e um fone nos ouvidos, fiquei apreciando seu trabalho, até que tive uma brecha para puxar assunto.

Perguntei a ele sobre seu trabalho, sobre o equipamento e como era sua vida e abaixo segue o relato real do que foi dito por ele.

“-Sabe Sr, eu perdi o emprego e estava cada vez mais difícil. Um dia vi pessoas cavando na praia e perguntei o que faziam.

Achei que podia viver dessa tarefa, se me dedicasse e trabalhasse todos os dias.

Comecei há cinco anos, com uma pá de tela ( o equipamento tradicional usado por todos).
Em semanas boas eu conseguia fazer até R$ 300,00.

Eu perdia muito tempo caçando no instinto e sempre pensei que se houvesse uma forma de cavar somente onde houvesse algum metal, meu resultado seria melhor.

Um dia tive grande sorte, achei um anel, acho que uma aliança, maior do que as miudezas que costumava encontrar.

Eu tinha visto um filme na TV, onde vi aparelhos que apitavam quando identificavam metais, mas  era caro demais para minhas condições financeiras e quando achei o anel, vi que seria minha chance.

Vendi a joia, mas o dinheiro não foi suficiente, vendo uma televisão que tinha em casa e completei o valor necessário.
A partir desse dia meu trabalho mudou.

Hoje em menos tempo eu faço mais rendimento do que fazia antes, já consegui comprar outro equipamento e meu filho hoje trabalha em outra praia.

Compramos TV nova, arrumamos a casa e hoje sustentamos nossa família com dignidade, trabalho honesto e muito suor, esse sol não é mole não Sr.”

Só não quis me dizer quanto fatura hoje, disse que atrai inveja e concorrência, segundo ele trabalho em silencio é o segredo. “Ninguém precisa saber do meu sucesso, só eu e minha família” rui meu novo amigo inovador.

Perguntei se ele queria uma matéria com o nome dele e etc, mas ele pediu para seguir no anonimato. “ Sou feliz assim Sr. não preciso de mais nada”

Perguntei se ele se achava inovador, ou inventivo e a resposta foi: “ Não Sr, sou só mais um trabalhador buscando uma vida digna”

Fiquei reflexivo sobre como iria abordar o tema e tirei algumas conclusões

1º: Inovação é um conceito, que não se aprende em universidades nem em livros, está na alma de cada um de nós;

2º: Vaidade não faz ninguém feliz. Se você precisa provar algo para alguém, algo está errado com seu íntimo e sua autoestima;

3º: O ser humano é de um incrível potencial, as vezes aniquilado ou abafado por falta de confiança, de oportunidades ou pelos preconceitos que estão enraizados nas nossas crenças;

4º: Felicidade é um estado de espirito, não depende nem da sua posição social, seu Cargo, sua conta bancaria, Seu carrão ou as grifes que vc usa. Ela não é de fora para dentro, e sim de dentro para fora;

5º: Encontre seu caminho, sua felicidade, não deixe que ninguém te diga qual o caminho certo. Somos todos diferentes e não há receita única que sirva para todos.


Abraços a todos e sejamos felizes, verdadeiramente livres

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Os Invisiveis

Uma quinta feira comum, desci para almoçar e em seguida caminhei a pé pela Av das Américas em direção ao Downtown para postar uma encomenda no correio.

Sol a pino, um calor típico do inverno carioca. O sol me incomodava e eu caminhava observando a avenida e os carros velozes passando... paro para atravessar no sinal, vejo um carrão alemão importado. um desses não sai da concessionária por menos de R$300.000,00.

Na frente dele um jovem de menos de 16 anos, negro, sem camisa, pés descalços, fazia malabarismos com bolas de tênis, frente ao carrão importado.

Distraído com a cena, esqueço de atravessar a rua. O rapaz passa entre os carros, janelas fechadas e insulfilm escuro, são uma demonstração de que queremos nos tornar invisíveis para a realidade, ou nos esconder dela. Vergonha? Culpa? Não sei dizer.

Chamei o rapaz e perguntei se ele já tinha almoçado, ele meio desconfiado por alguém notar a existência dele me respondeu: “ Não Sr. almoço quando chego em casa, quando tem comida, ou quando consigo levar algum para minha mãe.”

Chamei o rapaz para ir comigo a loja de conveniência ado posto ao lado, orientei que escolhesse o que quisesse. Ele pegou um sanduíche simples e um refrigerante, me agradeceu e saiu desejando que Deus me abençoasse muito.

Não me senti abençoado, me senti estranho, eu não sou merecedor da benção e nem da gratidão dele. O ato não resolve nem de longe sua realidade ou suas perspectivas.

Que mundo estamos ajudando a perpetuar? Onde perdemos nossa sensibilidade, empatia e compaixão?

Continuei meu caminho, refletindo e pedindo a Deus que abençoasse não só ao rapaz, mas a todos nós, para que possamos de alguma forma encontrar um caminho que nos leve em outra direção.

Que o insulfilm em nossos olhos seja retirado para que possamos enxergar o que não estamos vendo a nossa volta.
E que retiremos as blindagens de nossos corações.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Deus, o Menino e as Mães

Outro dia desses, ouvi um menino conversando com Deus, parei e comecei a prestar atenção nas suas palavras e sua conversa parecia muito franca e interessante.

Com a pureza que só habita nos corações infantis, ele fazia uma série de pedidos e agradecimentos, e Deus olhava para ele com aquele olhar amoroso e fraternal, típico olhar que as mães lançam sobre seus filhos. Um olhar cheio de amor, afeto e admiração.

Muitas vezes Deus apenas consentia com a cabeça, em outras vezes ele parecia especialmente interessado ou surpreso com o que lhe era dito por aquele pequeno menino.

Quando parecia que a conversa estava chegando ao fim, uma lagrima correu na pele macia e doce daquele pequenino ser.

O menino fez uma pausa, daquelas que fazemos quando precisamos juntar forças e segurar o choro para seguir em frente, e a partir de agora, vou reproduzir fielmente o diálogo que presenciei:

“Querido Deus, eu não quero parecer um menino ingrato, nem ser indelicado, mas eu gostaria muito de fazer ao Senhor uma pergunta:

Por que as nossas mães não são eternas? Elas são com certeza a sua melhor criação.

Tem a capacidade de nos dar a vida, depois nos alimentam com seu seio, nos aquecem com seu colo. São as primeiras lembranças de cheiro, de amor, de carinho e segurança.

Elas nos ensinam os primeiros passos e as primeiras palavras. Estão lá quando ficamos doentes, quando tememos o escuro, nos erguem nos primeiros tombos.

Na verdade elas estão lá para nos ajudar em todos os tombos que sofremos na vida. Ahh e quando temos medo? No colo da mãe, não há medo que não passe. Aqueles monstros que ficavam debaixo da cama sempre sumiam quando a mamãe chegava no quarto... e os bichos do armário? Fugiam correndo só de ouvir a voz ou os passos da mamãe!

Até o papai, que as vezes chegava do trabalho com uma cara triste, com o semblante tenso... era só ela lhe dar um abraço e um beijo que ele logo melhorava o astral, voltava a sorrir e vinha brincar comigo.

Eu sempre gostei muito do papai, ele é forte, divertido, eu diria que eles são uma espécie de aprendiz de mamãe, mas não é a mesma coisa sabe Deus. Eles são muito bons, mas não tem a mesma força, nem a mesma habilidade.

Mamãe sempre me entendeu no olhar. Quando eu não sabia falar, ela sabia quando eu tinha sede, fome, quando estava com a fralda molhada, com calor, frio ou com cólicas.

Eu sei que já sou um menino grandinho, já vou a escola e já sei comer sozinho. Sei também dizer quando tenho dor, frio fome ou medo. Papai me ajuda, a vovó e a titia também e eu amo muito todos eles, mas não é como o amor que eu e mamãe tínhamos um com o outro.

Sabe Deus, essas coisas eu não entendo direito. Eu sei que todas as pessoas vão para o céu um dia. Mamãe sempre me ensinou isso. Eu até entendo melhor quando elas se vão bem velhinhas, mas não entendo direito quando elas vão prematuramente.

Eu acho até que eu entenderia melhor se eu fosse grande como papai, mas assim criança, eu não entendo mesmo.

Mamãe me dizia que o Senhor ama tanto as mamães, que deu a seu Filho Jesus uma mãe, mesmo não tendo dado e ele um papai...

Aliás Deus, se ama tanto elas a ponte de dar uma a seu filho, por que não as fez eternas?”

Deus ouviu tudo atentamente, cheguei até a ter a impressão de uma lagrima ter corrido furtiva por seu rosto, e respondeu ao menino como segue:

“Meu filho, tudo que você disse é verdade, jamais criei em toda minha existência, algo tão bom, que me orgulhe tanto, quanto as mamães.

Verdade também que dei uma especial, de presente ao meu filho, e isso o fez muito feliz.
Agora imagine você comigo. Você amou e com certeza ama muito a sua mamãe não é mesmo?

 Pois é. Imagine então que ela o ama umas cem ou mil vezes mais do que você. Eu posso dizer isso, pois sou Deus e sei todas as coisas.

As mães são criaturas feitas de um amor especial, e para elas, a dor de um filho dói nela dobrado. Vocês são seu maior tesouro e sua maior razão de viver.

As Mães são sim eternas meu filho. A sua não está fisicamente ao seu lado, mas me acredite, ela está sim com você em todos os momentos de sua vida, zelando por você, cuidando e o amor dela não se acabou quando ela veio morar aqui comigo no céu, pelo contrário, ele só aumentou, ele é infinito.

Ela está aqui comigo, e quando for a hora vocês vão se reencontrar, para ficarem juntos por toda a eternidade.”

O Menino cessou o choro e disse:

“Obrigado Deus, a saudade de abraçar e de dar um beijo na mamãe vai durar até esse dia que o Senhor prometeu que acontecerá.

Enquanto isso eu continuarei aqui, amando a mamãe e sentindo sua presença comigo em tudo que ela me deu na terra, em tudo que ela me ensinou.

Muito obrigado por conversar comigo e me explicar aquilo que as vezes não conseguimos entender.
O Senhor é tão bom, que em vez de Pai, devíamos chama-lo de Mãe.”

O menino abraçou Deus, deu-lhe um beijo no rosto e saiu com o coração leve. Deus suspirou e voltou a sua rotina de Deus, já eu, eu derramava lagrimas desde o início da fala do menino. Me pus em seu lugar.

Fechei os olhos e agradeci a Deus por mais esse ensinamento.

Senti a presença de minha mãe desde a primeira infância e nesse exato momento ela acabara de me abraçar em seu colo e de secar minhas lagrimas, como muitas vezes fez em vida.


Obrigado Deus pela mãe maravilhosa que tive. sem ela eu não teria conseguido.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O tempo, a vidraça e a pedra

Não há nada mais poderoso e cruel na vida do que o tempo. Esse substantivo de apenas duas silabas, é ao mesmo tempo pequeno e infinito, rápido e lento, acalanto ou remédio amargo.

O Homem vive uma interminável busca pela melhor forma de controla-lo, ou de administrá-lo, como se isso fosse possível.

O tempo é um animal selvagem, indomável e indomesticável. Não permite rédeas, nem amarras. Quanto mais corremos atrás dele, mas ele nos escorre pelos dedos como areia.

Pode ser nosso aliado, quando perdemos alguém que amamos por exemplo, o seu passar, vai amenizando aquela dor infinita, que pensamos nunca ter fim. E o querido tempo vai lentamente e sabiamente transformando em saudade, e aprendemos a lidar com ela.

O tempo também é amigo, quando algo nos fere muito. Com sua placidez ele ameniza, faz com que dia a dia as magoas caiam no esquecimento, até que cicatrizem e sejam apenas lembranças distantes, as quais as vezes até damos risadas ao lembrar.

Ele é amigo daqueles que menos se preocupam com ele. É amigo dos inocentes, das crianças. Acho que o tempo gosta especialmente daqueles que não pensam nele. Crianças brincam, sorriem, e vivem como quem não sabe o que os espera no tempo futuro, e na verdade essa talvez seja a grande sabedoria. O tempo nos ensina que não adianta tentarmos controlar esse seu pedaço, chamado futuro. 

Acho que essa personalidade do tempo foi criada para tornar a vida mais difícil, para fazer do homem, prisioneiro da filha do futuro, a ansiedade.

Esses dois juntos podem acabar com qualquer alegria, mesmo que a gente saiba que preocupar-se com algo que não aconteceu é das maiores tolices que podemos cometer.

Tem um tempo que tambem pode ser doce e amargo, o tal "passado". Podemos ter doces lembranças, mas é preciso cuidado para não vivermos lá, ele impede que vivamos o tempo presente, o único que existe de verdade.

Numa conversa distante, lá do início dos anos 90, eu , jovem, cheio de saúde, de sonhos e incertezas, busquei abrigo nos ouvidos de meu velho avô. Desabafei com ele minhas angustias, ansiedades, incertezas com o futuro... Ele, do alto de seus setenta e poucos anos, após me ouvir atenciosamente, me disse uma das frases mais sabias, que guardo com muito carinho.

“Meu filho, a vida só é ruim para quem não pode esperar”.

Ele tinha setenta anos, pela lógica, muito menos tempo para planos e realizações, e aquela frase, naquele dia, tirou um enorme peso dos meus ombros. Até hoje eu a uso quando tenho angustias, mesmo sabendo que já não tenho o mesmo tempo da década de noventa.

O tempo se encarrega de colocar muitas coisas e verdades em seu devido lugar. Muitas vezes faz justiça de forma cruel, dolorida, mas o tempo nunca se furta a uma tarefa: Ensinar. O tempo ensina a todos aqueles que estão abertos a aprender. É como um pai implacável na missão de ensinar seus filhos. Podemos aprender por bem ou por mal. No final a escolha é nossa.

Todos estamos numa fila invisível, a caminho do fim, com uma senha nas mãos. Não sabemos qual o nosso número. Nem a nossa hora.

Seja amigo do tempo, use-o como uma criança, que sorri e se diverte, sem medo do amanhã.

Não seja escravo, nem do tempo  nem de ninguém.

E para terminar, uma conversa que ouvi outro dia entre uma pedra e uma vidraça:
Vinha caminhando a dona pedra, muito sorridente feliz e contente quando avistou uma vidraça e se atirou contra ela, com força.

A pobre vidraça se espatifou, a pedra olhou triunfal para a vidraça e se espantou.

A vidraça não chorava, pelo contrário, olhava para pedra com olhar de piedade.

“Por que me olha assim? Não tenha pena de mim, estou aqui inteira e acabei de te despedaçar! ”

A Vidraça sorriu e com voz serena respondeu:

“Não nasci vidraça. Fui uma grande rocha, o tempo me transformou em pedra, depois em areia, e em seguida no que eu era até te encontrar...”


Um grande abraço a todos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

As Gaiolas

Conversava outro dia com um velho sábio. Daqueles que dominam a arte da magia. Tipo um mago, capaz de coisas inimagináveis para um ser humano comum como eu.

Como de habito, procurava encontrar em sua sabedoria,   respostas para as angustias que costumeiramente assolam a sociedade moderna.

Ansiedades, medos, falta de tempo. Desejos que não conseguimos realizar, a culpa eterna de não atender as expectativas. São muitas expectativas colocadas sobre nossos ombros.

Queremos atender as expectativas dos nossos pais, dos professores, dos chefes, dos clientes, dos amigos, da esposa/marido, dos filhos e por aí vai... segunda algumas religiões, temos que atender até as expectativas de Deus, como se um ser supremo precisasse de algum sacrifício de nossa parte para se alegrar ou se realizar...

Uma busca incessante por respostas e certezas, que em tese nos dariam sensação de tranquilidade e paz.

Ele ouviu atentamente meu desabafo, em silencio, mas com ar de atenção, de quem se preocupava.
Quando terminei ele me manou olhar o horizonte e pensar em algo que me fizesse bem, ou feliz naquele momento.

Avistei então uma belo pássaro, a voar na imensidão do céu azul, fechei os olhos e disse:
Gostaria de poder voar, como aquele pássaro, longe de tudo, contemplando a criação, a natureza. Tenho certeza que nada o aflige nesse momento.

Foi aí que veio sua reposta, naquele tom sereno e firme:

“Para voar, é preciso a coragem de enfrentar o terror do vazio. Observe o voo de um pássaro e veja que é só no vazio que o voo acontece.

O vazio é o espaço da liberdade e a ausência de certezas, exatamente o que você teme: não ter certezas. Por isso você troca o voo por gaiolas, as gaiolas são o lugar onde moram as certezas
É um engano pensar que a os homens seriam  livres se pudessem voar, ou que eles não são livres porque alguém ou alguma coisa os engaiolou.

É engano achar que voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é o oposto. Não há carcereiros. Em geral preferem as gaiolas aos voos. 

Constroem as gaiolas  que os aprisionam. ”

Que possamos abrir nossas gaiolas e voarmos livremente na liberdade de não termos certezas.

Viva a vida, cada dia é dadiva e não volta. Não sabemos o estoque de tempo que temos, portanto faça bom uso do seu.



Lennon Pereira

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Será Karma, ou apenas pouca sorte?

Não tenho aqui nenhuma intenção em defender a Fé de nenhuma corrente religiosa, o intuito é apenas discorrer sobre pensamentos aleatórios, que transitam por meus neurônios nos momentos que passo a fazer minhas corridas diárias pela orla do Rio de Janeiro.


Entre um buraco, uma facada ou um pivete, volta e meia consigo desligar os pensamentos e nessas horas me passam coisas as vezes um tanto estapafúrdias pela cabeça.

Outro dia, após conversar com amigos sobre as diferenças abissais entre a qualidade de vida entre o Brasil e os EUA, me ocorreu um termo interessante de comparação: Por que nascemos num país de atraso, corrupção, impunidade, violência, descaso, desrespeito com o povo, políticos ladrões, miséria, educação e saúde falidos, falta de expectativas, impostos absurdos e tudo mais que conhecemos, enquanto um sujeito nasce num pais como os EUA?

O que faz um cidadão livre de pecado, nascer num país desenvolvido, rico, com qualidade de vida, boas escolas, Segurança, Avanço tecnológico, direitos dos cidadãos assegurados e etc etc etc, enquanto eu e você nascemos nesse lixo subdesenvolvido?

Não encontrei respostas na ciência, me vali então da justificativa dos Espiritas:

Só pode ser uma coisa, a Terra é o centro do movimento de purificação do ser humano. Aqueles de pior carma nascem no Brasil (ou em outros lixos como Venezuela, Haiti, Congo, Nigéria e etc).

Conforme vamos evoluindo, vamos progredindo, até que um dia todos nós reencarnaremos falando inglês, comemorando 04 de Julho e comendo Perú de Ação de Graças!

Aqueles que maldizem o Império, são por natureza espíritos do Mal,  liderados por Lúcifer, e querem que nossas Almas fiquem o máximo de tempo em infernos como Brasil, Venezuela, Cuba e etc...

Vou me comportar muito bem, para na próxima vinda, quem sabe eu possa estar com menos dívidas e já apareça na Itália,  Portugal ou Espanha! Até no Chile eu to aceitando, comparados ao Brasil, é ante sala do Paraíso.

Há quem acredite que estamos mudando. Alguns  grandes empresários como Marcelinho Odebrecht, sendo presos, algo antes impensado, e agora o encarceramento do cara de pau máximo, Sr Sérgio Cabral,  sua esposa e comparsas.

Os caras tinham tanta certeza da impunidade, que não se intimidavam em ostentar patrimônio totalmente incoerente com suas receitas. Não resolve, mas já é um começo, uma luz no fim do túnel. Começando a faxina agora, talvez sejamos um pouco melhores la pelo ano 3050, geração de meus bisnetos...

De qualquer forma, já quero ir garantindo meu quinhão na próxima encarnação, por isso, despeço-me com um “Deus Salve a América”, e peço que perdoe meus pecados cármicos de brasileiro, não nascido em berço esplendido, de sobrenome Calheiros, Maia, Sarney (o verdadeiro imortal!!)...

Sou Silva descendente de Pernambucanos!!! mas nenhum familiar meu perdeu o dedo mindinho. Que azar... ou sorte... odeio Bangú.

Opa, um buraco, dos males o menor, quem sabe ganho 15 dias de licença??


Abraços

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Você tem filhos?

Se você tem, vai entender muitas coisas que vou dizer nas próximas linhas, se você não tem, vale ao menos conhecer o tipo de emoção que essas criaturas causam em nossas corridas e estressantes vidas.
Hoje pela manhã, após trinta dias de férias acordei com uma estranha sensação. 

Passei as férias dormindo e acordando na companhia do meu pequeno bebe, de apenas 1 ano e 6 meses.

Foi estranho levantar me arrumar e sair sem ouvir aquele chorinho de quando ele acorda, sem receber seu sorriso matinal, aquele abraço sonolento e gostoso e poder encher aquele pequenino com muitos beijos.

Depois de pronto para sair, entrei silenciosamente em seu quarto, ele dormia aquele sono profundo, lindo. Me despedi com a mão sobre sua cabeça fazendo uma oração, pedindo a Deus benção e proteção.

A sensação que tive ao sair de casa, foi semelhante a sensação do primeiro dia de aula, quando ainda criança. Um frio na barriga, uma falta algo, ansiedade.

O primeiro dia de aula para mim quando criança, sempre foi um misto de ansiedade, tristeza pelo fim dos dias sem compromisso e também a alegria de rever os amigos. Típico da infância, quando estamos nos acostumando a lidar com as emoções. Temos a falsa impressão que um dia isso será possível.

Foi no caminho para o trabalho que me vieram esses pensamentos. Fiquei me perguntando o que aquilo representava. Coração apertado por deixar meu filho antes dele acordar e poder me ver. Na verdade eu que precisava daquele sorriso para me dar força, paz e segurança.

Pois é, é isso que os filhos fazem com a gente. Os filhos nos fazem ter muita responsabilidade, também nos fazem novamente crianças. Um filho rejuvenesce, desperta emoções adormecidas e outras desconhecidas. Dá coragem, determinação, força, medos, incertezas e também medos, mas da acima de tudo muito,  muito amor, um amor inexplicável até sentirmos na pele o que ele é. Nada que eu escreva aqui fará com que você entenda, a não ser que também seja pai ou mãe.

Nessa hora me perguntei como eu pude esperar 42 anos para ter João Guilherme. Em um ano e meio eu vivi mais experiências inexplicavelmente maravilhosas do que no resto da minha vida.
Filhos são a renovação da vida, são a nossa maior aventura, nossa melhor obra e são também a melhor forma de entendermos o amor que nossos pais sentiram e sentem por nós durante a vida.
O amor que João Guilherme trouxe a minha vida e de minha maravilhosa esposa é o maior presente de Deus. 

Esse amor muda a forma de ver o mundo, muda prioridades, muda sentimentos.

Agradeço imensamente ao meu filho por tudo de bom que trouxe a minha vida, aproveito também para agradecer aos meus pais por todo amor que eles sempre sentiram por mim. Hoje eu tenho a medida desse sentimento, e posso ser ainda mais agradecido e compreensivo. A paternidade nos faz cometer acertos e erros, mas todos eles têm a mesma motivação, querer sempre o melhor possível para os filhos. Não há outra motivação na vida dos pais.

A vida não avisa, não manda recado. Um dia estamos aqui e em outro somos lembrança, saudade, memórias.

Esse texto foi a forma de eternizar para João Guilherme tudo que ele representa em minha vida e o quanto infinito é o amor  e o bem querer que tenho por você meu filho.

Hoje você pode sentir, mas ainda não tem discernimento para guardar na memória.

Pretendo lhe dizer isso muitas vezes na vida, mas assim, eu faço um tipo de seguro contra imprevistos.

Te amo, que Deus nos dê muitos anos juntos. Você é o que de melhor há em mim.

Seu Pai.
Lennon Pereira

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A carta para meu amor

para Minha amada esposa, a quem sempre dediquei todos os meus textos, porem até esse dia, nenhum exclusivo... ao menos nenhum desse porte...

Boa noite meu amor, espero que essa noite seja tão boa para você como é para mim.
Esse texto veio a minha cabeça dia 22 de dezembro por volta das 8:30 da manhã, quando entrei na igreja de Santa Monica, para orar e agradecer a Deus pelo ano de 2016, e nada como a casa do Senhor, para encher nossos corações de alegria, paz, sabedoria e amor.
Eu estava lá sentado, orando em agradecimento por tudo de bom que ele tem colocado em nossas vidas, quando me veio a reflexão que vou revelar agora nas palavras que seguem.
Comecei agradecendo por ter, num ano tão difícil para o país, o emprego que nos proporciona ter a vida que temos e nessa hora, meus pensamentos meio que se abriram para algo muito maior, e eu pude enxergar que o Bem que Deus me fez e a forma como ele cuida de mim, vai muito, muito além do que a gente é capaz de perceber no primeiro olhar.
Eu pude ver que Deus age na hora em que realmente precisamos, na hora que a coisa aperta, que o bicho pega.
Vivi anos de muita bonança, o pais em pleno crescimento, economia galopante, as empresas investindo. Vendas polpudas, metas batidas ano a ano, e aquela vida de solteiro, sem muito comprometimento, e sem muitas preocupações. Eu era como um pássaro que vivia um dia após o outro, sem problemas e sem preocupações, tudo estava perfeito, até que as coisas começaram a mudar.
O pais começa a se retrair, no final de 2012 as coisas já não vão tão bem, no início de 2013, mais obstáculos, provações, mais recessão, a doença da minha mãe, 34 dias de UTI, culminando com sua partida e uma família emocionalmente abalada.
Ali o país não era o mesmo, as emoções também não. Quando muitas coisas começam a acontecer ao mesmo tempo, é muito difícil seguir, os olhos turvam, o horizonte embaça e fica difícil seguir em frente. 2013 um ano dificílimo. No dia 31/12, paro para respirar e pedir a Deus por luz e forças. Sinto uma imensa paz e a certeza de que ele me atenderia.
Eu não estava errado, já no dia 07/01, ele me mostra o primeiro sinal, dali em diante o meu mundo começa realmente a se modificar. Não que as coisas se tornassem mais fáceis ou caíssem do céu, mas as forças se renovaram e tudo começou a fazer mais sentido.
Ele me trouxe você, que era parte da resposta a tudo que eu mais pedia a Deus, uma mulher companheira, apaixonante, dedicada, linda, com um sorriso capaz de iluminar a maior escuridão. E você deu novo sentido e nova força a minha existência. Juntos começamos a construir uma vida, realizar sonhos e fazer planos.
Formamos um casal, um novo lar, unimos pessoas, sorrimos, viajamos, namoramos, sonhamos e fizemos planos.
Minha vida já era outra. Não deixou de ter desafios, de ter muito trabalho, dificuldades nem barreiras, mas juntos fomos superando uma a uma, mas não era tudo.
Queríamos mais, queríamos ser uma família de verdade, e para isso faltava uma parte, algo que sempre sonhei, mas sempre tive muito medo de encarar.
Entre a notícia no dia 12/12 e a chegada do nosso amor maior na madrugada de 14/07/2015, muitos sorrisos, lagrimas, sustos, novidades e ansiedade. Ele chegou e completou nossa existência. Hoje é inimaginável a vida sem ele, que chegou tocando o maior terror e ao mesmo tempo espalhando um amor indescritível a nossa volta.
João Guilherme é a nossa melhor parte, nosso melhor sorriso e nosso maior combustível. Ele despertou em mim um Lennon que eu não sabia que existia, e quando ele me sorri, me abraça ou me da um beijo, eu sinto a maior emoção e alegria do mundo.
Olhando tudo isso, eu posso ver como Deus foi bom comigo. Fiz todo esse texto e de Janeiro de 2014 até aqui, quase não falei em dificuldades ou tristezas. Elas não existiram? Existiram sim, mas são mínimas perante tudo que vivemos e temos hoje.
No momento mais difícil da minha existência, Deus se fez mais presente e me deu tudo que eu precisava, uma família, linda, maravilhosa.
Uma esposa e um filho que são o amor máximo da minha vida, pelos quais faço todo tipo de sacrifício e que fazem tudo na vida valer a pena.
Eu já havia escrito para nosso filho, mas ele ainda era um bebe dentro da barriga. Você algumas vezes falou que eu nunca havia escrito para você, não era uma verdade absoluta, pois tudo que faço hoje é muito por você e por ele, por nós, mas assumo que não havia feito nada especifico e objetivo, porque sempre quis fazer algo que fosse muito especial e estivesse muito a altura de vocês. Sei lá no fundo que nunca será possível transformar isso que sinto de amor e gratidão em palavras, mas hoje eu tive a coragem de tentar, e espero que tenha conseguido de alguma forma mostrar o quanto amo você e JG, e também o quanto você foi e é maravilhosa e importante para mim, e o sentido que dão a minha vida.
Você me deu uma família, me deu uma vida nova e me fez o homem mais feliz e realizado do mundo
Te amo, um Feliz Natal para você, com todo meu amor
Lennon Pereira.

Estamos de volta

Rivelino me convenceu a criar um habito oposto ao das aves. O normal é eles fugirem para o calor na época de inverno. Aqui, Meu Bem te vi Tricolor-filosofo-escritor, é inimigo do calor, e como o verão carioca é daquele tipo extra forte, costumamos viajar para os arredores da cidade imperial, para nos refugiarmos do escaldante verão carioca.

Lá passamos dias de contato com a natureza, temperaturas em torno de 25 a 26 graus de dia e 22 a noite, o que nos permite relaxar, refletir e recarregar as baterias. Como nem tudo é perfeito, nosso refúgio secreto é privado de internet, o que nos obriga a ficar distantes do que mais gostamos nessa vida, que é o contato com vocês leitores.

Dizem que tudo que é bom dura pouco, e as férias findaram, mas esse ano, contagiado definitivamente pelos conselhos e exemplos do amigo Zé Francisco (a quem, a partir de hoje se ele permitir, chamarei carinhosamente de Juninho), começo um ano cheio de otimismo e esperanças.

Quando me lembro do início do ano de 2016 e comparo com 2017, tenho motivos de sobra para estar esperançoso. Não é segredo para ninguém que 2016 foi um fiasco e as véspera das eleições, não víamos ninguém que enchesse os corações de entusiasmo. Águas passadas, somos todos tricolores e em comum queremos um time forte e vencedor.

Assisti então ao jogo com o Criciúma, cheio de dúvidas, a defesa não foi lá muito bem, mas o time até que mostrou garra e comprometimento, 3x2 que valeram mais por quebrar o jejum de vitórias do que qualquer outra coisa.

Domingo era pra valer. Não que o time do Vasco pusesse medo em alguém, seu elenco é fraquíssimo, mas temos um recente histórico de grandes dificuldades contra os padeiros.

A mídia passou todo o mês de Janeiro dizendo que o Fluminense estava na pior, que não contratou, que isso e aquilo, só faltou dizerem que fecharíamos as portas e acabaríamos com o futebol. Se um desavisado ouvisse as rádios ou passasse os olhos na flapress, acharia que nosso elenco era do nível do Rezende ou do Bonsucesso. Seriamos o vexame e encarar o “poderoso” Vasco já na estreia, nos faríamos pagar um mico histórico. Se perdêssemos de pouco seria para lamber os beiços. Afinal o Vasco tem Nenê, Nenê, Nenê, Martim Silva e ... e... e quem mais mesmo?? Ahhh, Cristóvão...o grande Cristóvão, demitido de Fluminense, Flamengo, Corinthians e do próprio Vasco em 2013...

Eu e Riva nos pusemos frente a TV do comendador, que gentilmente nos convidou para assistir ao jogo em uma de suas residências, essa localizada em nobre local da cidade Imperial, onde chegam Internet, Luz elétrica, TV  a Cabo, uísque 12 anos, caviar, Salmão, canapés de camarão, e Moet Chandon. 

A Residência de campo do comendador é a cara da nobreza, e por consequência, lugar ideal para assistir a jogos do mais nobre e aristocrático clube brasileiro.

Entre uma dose e um canapé, nossas tensões foram diminuindo, e começamos logo a levar fé em um bom jogo.

Rivelino tomou alguns sustos, e dividiu parte da atenção entre o jogo e uma “canária” que com ele flertava dos jardins. Estava com o coração dividido, o velho passarinho Casanova, não perdoa uma.
Entre um gol perdido aqui e um susto acolá, W Silva, o bom e não o lateral, marca após já termos perdido duas ou três boas chances. Num contra ataque rápido, toque de categoria de Dourado (isso mesmo, pasmem!!!), trombada entre M Silva e Rogrido( o aloprado)  Welington aproveita a sobra e fuzila, com categoria  abrindo o placar.

O Segundo gol encheu os olhos. Sornoza mostrou que tem tudo para despontar e ser ainda maior que Conca, que perdeu parte do respeito ao mulambar. Uma linda jogada individual e apenas rolou para Dourado. O gol me lembrou o velho Luciano Vannutti que dizia: “esse até eu faria”. Dourado melhorou, o Dourado do ano passado poderia perder gols como esse.

No segundo tempo, as mexidas de Cristóvão melhoraram o Vasco, que teve boas chances e desperdiçou.

O Fluminense perdeu também oportunidades incríveis, poderia ser cinco ou seis.
É verdade que o Vasco chegou a dominar e pressionar, mas nessa hora, o Flu mostrou que finalmente contratamos um técnico de verdade.
Abel está mais maduro, aprimorado. Parece que aprendeu bastante nos últimos anos.

Com três mexidas Abel mudou novamente o jogo.Equilibrou o meio campo, neutralizou os ataques do Vasco e ficamos a espera do golpe final.

Ele veio com uma linda jogada entre Scarpa e Marcos cabeçadeamendoim Junior.O garoto tabelou e tocou de cavadinha, lindo, acachapante e deu números finais ao jogo.

Menções honrosas ao outro equatoriano de nome difícil, a Douglas, Scarpa e Leo. Dourado precisa de sequencia para merecer elogios

Marcos Jr que não tem nem 20% do talento de Conca, mas só de afirmar que jamais jogaria na dissidência, já merece ter seu nome definitivamente escrito nas Laranjeiras. Sua declaração foi mais emblemática que o gol do título da Primeira Liga. Homem é assim, só tem uma palavra e não tem medo de dizer. Personalidade e caráter diferem homens de meninos.

É muito cedo e pegamos apenas times medianos até agora, mas é ótimo começar vencendo, fazendo gols e principalmente goleando um rival tradicional, num clássico estadual.

Que 2017 seja um ano bom para todos vocês meus queridos leitores, e principalmente para nosso amado tricolor.

Ahh, quase esqueço de dizer, Rivelino só volta semana que vem. Ficou na cidade Imperial, pois se embolou em beijos e caricias com a Canarinha lá da casa do comendador.
Esse cara é mesmo matador.

Abraços a todos, Saudações tricolores e até quinta, ou sexta, depende do meu editor.

Lennon Pereira

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Homenagem a todas as mães,(ou conselho aos filhos)

Hoje completaria 68 anos! Se aqui estivesse estaria me dando uma enorme bronca por revelar em publico sua idade!
Vejo por ai muita gente que pouco ou nenhum valor da a sua mãe. Algumas já em idade avançada, com cabelos grisalhos e corpo cansado da vida. outras ainda jovens, não importa a idade.
Saibam vocês que a maioria das rugas que as mães trazem no rosto, são causadas menos pelo sol e pelo tempo, e mais pela dedicação, preocupação eterna e amor imensurável que elas tem por nós os filhos.
A você que não respeita nem dá o devido valor a sua mãe, eu faço um alerta: As marcas maiores e mais profundas você não está vendo. Elas estão cravadas no coração, porém elas nos amam tanto, que jamais nos dirão em sua exata medida.
Vez ou outra farão um desabafo, derramarão umas lagrimas, mas não de raiva e sim de tristeza, de dó do filho, por ver que suas atitudes farão de ti o maior prejudicado. Nada machuca mais o coração de uma mãe do que o sofrimento do filho, talvez só a ingratidão possa se assemelhar.
-"Você não é mãe, como pode saber isso??"você pode estar pensando aí com seus botões...
Não meu querido(a) não sou mãe. Mas tive uma amorosa e maravilhosa por 40 anos e hoje tenho ao meu lado a mãe do meu filho e aprendi com a minha e aprendo com ela, a cada minuto que vi e vejo a atuação de cada uma.
Acredite, enquanto é tempo. eu ja ensino isso ao meu filho de 9 meses em nossas conversas particulares.
Beijo a todos e Obrigado a minha por ter sido tão maravilhosa comigo

sexta-feira, 25 de março de 2016

A chegada

Você está quase chegando meu filho A cada dia sentimos mais sua presença e as maravilhas que ele faz em nossas vidas. Você enche nossos dias de expectativa, amor e ansiedade.
Movidos pela sua chegada reunimos a família e os amigos. Todos esperam por você. Outro dia um de seus avós disse: “ - Estou doido para ver a cara desse menino!” Se ele está assim, imagine eu e sua mãe?
Você chegará em um lar e uma família construídos com muito amor. Você foi planejado, querido e esperado. Estamos curtindo cada dia e cada descoberta!
Nesse momento de enorme alegria que seu pai vive, as vezes se intercala com profunda tristeza. É triste saber que sua avó não estará aqui para conhecer de perto seu primeiro neto homem. Ela certamente o colocaria no colo e te faria dormir com todo amor e experiência de uma vida inteira. Ela certamente te amaria muito. Nesse momento meu filho, seu pai pode te dizer que ele senta mais a falta do colo dela do que você jamais poderá sentir em toda sua vida. É impossível sentir falta daquilo que não conhecemos...
Estamos esperando você, que será o motivo principal de tudo que faremos a partir do seu nascimento. Você já mudou nossas vidas, do seu pai, da sua mãe, e daqueles que já te amam como nós, mesmo antes de seu nascimento.
Um dia seu pai sentará com você, e te mostrará essa foto. Nesse dia seu pai contará a você todos os sentimentos que inundavam o coração apertado de seu pai. Nesse dia te darei um abraço apertado e interminável. Sentirei minhas lagrimas correrem como sinto agora. Olharei nos seus olhos e te direi o quanto você sempre foi amado, desde o resultado do primeiro exame. Você enxugará o rosto de seu pai, me dará um sorriso e sairemos de mãos dadas para um passeio na praia. Lá seu pai ficará ao seu lado contemplando o entardecer. Te contarei as histórias dessa foto e principalmente desse último abraço que sua avó me deu, dia 07/04/2013, em seu último aniversário.

Onde quer que ela esteja ela já te ama desde o primeiro dia, como amou seu pai, e como ama também a sua mãe. Nesse dia te contarei também da profecia que ela fez, pedindo que eu esperasse pela chegada de sua mãe em minha vida. Te amo. Até breve!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Cidadão de Bem

Chego cedo a um órgão publico para providenciar um documento necessário a qualquer cidadão comum. Como homem prevenido, faço um agendamento e preparo uma mala com a pequena lista de 172 documentos originais acompanhados de suas cópias autenticadas e registradas. Além disso, preencho também o simples formulário de 784 campos de informações pessoais de fundamental importância. Coisas do tipo: Qual o nome do seu melhor amigo quando completou oito anos de idade. Via crucis inicial cumprida, estou eu diante do Sr. Servidor Público. Na primeira triagem, uma gentil senhora com cara de preguiça olha meus documentos, confere meu agendamento e me dá uma senha. Olho para o salão e me espanto com a quantidade de pessoas que já esperam sentadas, e olha que estamos por volta das 8:00 a.m. Faço então a pergunta fatal: “Sra., qual é o prazo estimado de espera?”. Fecho os olhos com medo da resposta que me abate como um soco na boca do estômago! “- entre duas e quatro horas”, me responde a moça! Perplexo e acometido de um pré ataque de síndrome do pânico, penso em perguntar novamente para confirmar, mas me deu um medo tão grande da resposta mudar para algo tipo: sente e espere sem reclamar Sr.! Resolvi resignar-me e caminhar até a combalida cadeira que me esperava no canto do salão.

 No caminho para a cadeira, sou abordado por um gentil Sr., que muito comovido com minha perplexidade, se aproxima solidário, comentando o quanto é absurdo o tempo de espera, o tamanho da fila e etc.. O rapaz muito solícito me convida para um café, sob a alegação de que tenho mesmo que fazer algo para matar o tempo. Aceitei o convite e nos encaminhamos a um engordurado balcão de cantina de escola de 1960.

Depois de dez minutos conversando amenidades, o rapaz revela o real motivo de sua abordagem. Olha o pequeno papel em minha mão, com a senha No. 158 e revela seu maquiavélico plano.

“Sr. essa senha vai demorar né”? Estão chamando o numero 13 ainda! Aceno com a cabeça, resignado e dou um suspiro de conformismo. Ele aproveita para seguir com seu discurso: Eu tenho aqui  no meu bolso a senha nº. QUARENTA, mas posso trocar pela sua. Vai custar apenas R$ 50,00!  O Sr. pode ficar tranquilo que trabalho com isso há mais de dez anos. Todos me conhecem. Pode ir que é quente!!!

Achei aquilo o cumulo do absurdo! Como poderia aquilo estar acontecendo? Imagina se algum cidadão de bem, honesto e honrado aceitaria participar de um esquema desses?

Desrespeitar quem chegou primeiro e furar a fila pagando uma propina de R$ 50,00!!??? Revoltante!!!

Peguei minha cadeira no fundo da sala, abri o notebook e comecei a narrar essa história. De tão indignado que fiquei, resolvi desabafar e avaliar o comportamento social costumeiro no Brasil.

Nosso povo é assim mesmo. Parece que não se enquadra na sociedade. É comum ver um cidadão indignado frente a uma noticia do JN, onde são apreendidos objetos contrabandeados do Paraguai, da China, entrando no país ilegalmente sem recolher impostos. É um absurdo!!

Esse mesmo cidadão, porém, acha correto ir a Miami e voltar com a mala cheia de relógios, remédios, equipamentos eletrônicos, celulares e etc., e passar pela alfândega sem os declarar.

Comum também é acharmos um escárnio quando no mesmo noticiário, ouvimos que são desviados materiais de hospitais públicos, de escolas. Queremos a forca para os envolvidos. Prisão perpétua!!!

O mesmo ser indignado do parágrafo anterior, acha normal levar para casa uma caneta do trabalho, uma agenda, assim como também acha normal usar o telefone da empresa para ligações particulares.

Indignamo-nos todos quando vemos que estelionatários falsificam documentos, criam empresas fantasmas para praticar golpes e outros delitos. Esses então são marginais! Ladrões safados! Cadeia neles.

O cidadão fica revoltado ao ver que ruas e casas são inundadas por causa do lixo que entope bueiros e galerias. Depois do almoço ele compra um picolé Chicabom e joga o papel no chão da calçada, dizendo que é para garantir o emprego do gari!

E esse cidadão indignado, assim que acaba de ler a notícia, sai todo perfumado e bem vestido, com sua namorada malhada e vai ao cinema, pagar meia entrada com uma carteirinha falsa da UNE. Ele só tem 40 anos e está cursando o segundo período de filosofia. É profundo conhecedor de Sócrates, aquele camisa oito do Corinthians e da Seleção de 1982.

O cidadão se revolta ao saber que na construção dos estádios da copa as obras são superfaturadas. Diz que todos deveriam ir para a cadeira elétrica.

No dia seguinte, pede ao fornecedor de sua empresa a para dar 10% por fora, se ele fechar a contratação da proposta em questão.

Assim é o brasileiro em sua grande maioria. Acha um absurdo quando vê na TV ou nos jornais casos de corrupção, estelionato, desvio de verba e impunidade. Mas é incapaz de mudar sua própria atitude. É Incapaz de enxergar que cada cidadão é agente da mudança, começando a mudar por si mesmo. Só há solução se cada um de nós mudarmos nossa essência.

Estou indignado, revoltado. Sentado na minha cadeira, esperando minha vez e desabafando aqui nessa crônica revoltosa.

Graças a Deus não sou como esses hipócritas. Não jogo lixo no chão e nem tenho carteira de estudante. Nunca aceitei presentes de fornecedores!! Nunca furei uma fila! Temos que liderar um movimento contra a hipocrisia! Dignidade já!!


Preciso encerrar a crônica e desligar o notebook, acabei de ouvir alguém chamar o número QUARENTA! Minha vez. Como é bom ser um cidadão digno e honesto!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Personagens de um mundo chato

Venho acompanhando as notícias que inundam o noticiário cotidiano. Após ler alguns comentários em redes sociais sobre personagens totalmente distintos, o bilionário americano, pré-candidato a presidência, Donald Trump e a pré candidata a celebridade efêmera Ana Paula BBB, me deparei com um questionamento:
 O que haveria em comum entre esses personagens? Por que ambos andam caindo no gosto popular em sociedades tão diferentes como a norte americana e a brasileira?
Donald Trump é um empresário ultra bem sucedido, ultra conservador,  que pauta sua campanha em declarações politicamente incorretas, e eticamente questionáveis.
Fala exatamente o que pensa, sem se preocupar com as repercussões de suas opiniões. Trump deve ser o pesadelo de qualquer estrategista ou “marqueteiro” politico. Fala em um muro separando os EUA do México, em proibir entrada de muçulmanos e expulsar os que la estão.  Esculacha seus adversários, Fala na cara da adversária que ela quase faliu a HP quando presidiu a multinacional ( pura verdade, diga-se de passagem) faz declarações de cunho machista, imperialista e qualquer outro “ista” que faça parte de suas convicções pessoais.
Trump está literalmente cagando para o que vão pensar ou falar dele. Na minha ótica, Trump pensa algo do tipo: “Eu penso assim, se a maioria concordar comigo, serei candidato e talvez presidente. Se não concordarem azar dos EUA”
Claramente não quer nem busca o poder pelo poder. Se apresenta como alguém que não está preocupado em fazer conchavos, negociatas e politicagem. Quer ser presidente para por em pratica o que pensa e acredita.
O eleitor de Trump dificilmente se surpreenderá com alguma decisão de seu candidato pois ele é totalmente sincero,  transparente. Certamente desperta paixões, temores e ódios.
Ana Paula é um tipo parecido, em menor escala é claro, pois sua disputa eleitoral lhe dará no máximo R$ 1,5 milhões e algumas semanas de exposição na mídia, é uma mini Trump.
Confinada numa casa com pessoas desconhecidas, a moça é a típica filha de papai, patricinha, bem nascida, não precisou trabalhar para se sustentar, entrou lá como azarão, brigou com os ditos bonzinhos sem sal, se aliou ao patinho feio que todos estavam isolando, bateu de frente, firmou posição, falou alto, embriagou-se, cobrou que uns e outros saíssem de cima do muro, incomodou, provocou e incendiou o usualmente rodizio de chuchu que é a atração que a Globo comprou da Endemol ( prometo dizer o que penso sobre realitys em outro momento).
Assim como Trump, a moça em nenhum momento se posicionou como o tipo: quero agradar a todos, até mesmo porque isso é impossível
Resultado? Ana Paula já sobreviveu a três paredões, no último, venceu por humilhantes e acachapantes 6 x 0 ( 5 regiões brasileiras + votos da Internet)! Derrotou a mocinha contida, boazinha, trabalhadora e politicamente correta chamada juliana..
Juliana é aquele tipo que nunca soltou um peido na frente de ninguém. Não come frituras nem transgênicos. Boicota empresas que usam trabalho infantil. Acha todos lindos e bondosos. É o tipo que aos Domingos vai ao centro de SP distribuir sopa marmitas, mas que entrou no programa dizendo amar o namorado e passou as festas se esfregando no pouco convincente, masculinamente falando,  Renan.  
Trump vem tendo ótimo desempenho nas prévias do Partido Republicano, e desponta nas pesquisas de opinião como favorito a ocupar a cadeira de Obama. Deve estar deixando muita gente de cabelo em pé por lá...
O que tiro eu como recado desses cenários que ocorrem paralelamente no hemisfério norte e Sul?
O Mundo está chato demais. As pessoas não aguentam mais o rodizio de Chuchu que querem nos entubar. Tudo tem que ser sem cheiro, sem sal, sem gosto.
O Povo está cansado da “engomadisse” do discurso: Tudo é lindo, tudo é legal!
Ninguém tem posições, ninguém pode divergir, se divergir que seja na solidão do vazo sanitário. Ter opinião não é crime! Ter opinião é inerente ao ser humano! “Penso, logo existo!”
Que seja um sinal de alerta para uma reflexão mais profunda sobre os caminhos de nossa sociedade. Todos os exageros são ruins e dão palco a tipos como Trump.
Ninguém aguenta viver de sopa de chuchu! O sucesso de Ana Paula não nos traz grandes riscos, já o de Trump... prefiro nem pensar.
Num mundo sem patrulhamento ideológico, tais personagens dificilmente arrebatariam mais de meia dúzia de fãs.
Que nossos pensamentos sejam livres, e que as opiniões divergentes encaradas como parte da vida.
Se você gostou indique aos amigos, se odiou, indique aos inimigos para que possam me achincalhar aqui!
Beijos a todos
Lennon Pereira

Não concordo com uma palavra do que dizes, mas lutarei até a morte por seu direito de expressa-las ( Ou algo parecido, Voltaire pensador Frances)

segunda-feira, 9 de março de 2015

A Diva que não quero copiar

Estava eu com as gêmeas, na fila de um famoso laboratório de análises clinicas, para exames de rotina solicitados pela nossa pediatra. Agora que já não sou mais um homem do campo, tenho que me adaptar a essas tarefas complexas de cidade grande. Agendar com antecedência, ficar horas ligando para as famigeradas centrais de atendimento, ouvir musiquinhas intermináveis, para finalmente conseguir aquilo que é nosso direito, realizar um exame médico.
Nos tempos de hoje, talvez envergonhados pela duvidosa qualidade dos serviços prestados no que diz respeito ao conforto e agilidade, esses locais procuram oferecer um mínimo de entretenimento, já supondo que seus pacientes (o nome nunca foi tão propício), passarão ali longas horas à espera.
Por isso, podemos encontrar máquinas de café e chocolate, e Tvs presas nas paredes para que o tempo possa passar mais rápido.
A qualidade da programação da TV brasileira não é lá essas coisas, nem nos horários nobres, de maior audiência. Fico eu imaginando o que pode ter de bom no horário matinal. Graças às minhas amadas filhas, minha dúvida estava prestes a ser sanada.
Eu me distraía com as meninas, contando casos, fazendo brincadeiras (elas também não são muito televisivas, graças aos tempos em que vivíamos na pousada em Búzios), e a programação passaria quase imperceptível, não fosse o fato que narrarei agora:
Começou a me ferir os ouvidos uma voz esganiçada, eu se propunha a cantar algo, mas produzia sons desalinhados e agressivos aos ouvidos. Tamanha desafinação fez com que eu parasse por um momento com as brincadeiras e prestasse atenção à telinha do demônio (apelido carinhoso para televisão).
Lá encontrava se uma moça de cabelos  gritantemente tingidos de loiros, com um rosto totalmente retocado por Botox e seus similares, com carregada maquiagem e uma vestimenta quase que indescritível. Os mais antigos hão de se recordar do exemplo que darei. Aos jovens peço perdão e que recorram ao google para desfazer qualquer dúvida que ocorra. A “moça”(meio quarentona) vestia-se como a personagem de Tina Turner no filme MadMax (famoso nos cinemas pelos idos dos anos 80).

O filme contava a história de uma civilização quase primitiva que sobreviveu após um hipotético apocalipse. As vestes já eram bizarras para aquele tempo, imaginem para hoje??? Por um momento me passou pela cabeça que fosse uma fantasia de escola de samba, mas o carnaval findou-se mês passado e é cedo para o de 2016! Não haviam dúvidas, as vestes eram realmente escolhidas para a apresentação da moça.
Após o espanto com o que eu via, seguiu-se o espanto dom o que eu ouvia. Entre berros esganiçados e palavras difíceis de entender, a moça findava com algo como:
Se der mole, te limpo todinho
Tudo bem, demorô, não faz mal
Passo o rodo e dou uma esfregada
O meu brilho é natural"

Em seguida arremata com a transloucada, presunçosa e egocêntrica frase: "Eu sou a diva que você quer copiar”.
Depressão, espanto, tristeza, decepção...
Parei, respirei fundo, refleti e concluí que o primeiro passo para vivermos num país melhor é escolhermos melhor “as divas” que queremos copiar e dar de exemplo para nossos filhos.

Que Deus me liberte de cruzar novamente com tal figura, mesmo que pela Televisão.

Hora de correr para  casa e limpar meus olhos e ouvidos com um velho DVD que tenho de Vinicius,  Tom, Toquinho e Miúcha.
“... se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval...” ( trecho da música Escravo da Alegria de Vinicius de Morais





Até breve!

quarta-feira, 4 de março de 2015

O MEGAPA do Zezinho

Estava eu sentado em minha já cativa mesa no Desacato, a degustar uma generosa dose de Logan com muito gelo, servida pelo meu insubstituível garçom, Chico tricolor, quando Zezinho chegou e apressadamente puxou a cadeira para me brindar com sua agradabilíssima presença e seu humor lascivo e oportuno.
Zezinho ( ou Dr José de Oliveira Brandão, para os pouco íntimos) é figurinha fácil no bairro. Pele morena curtida do sol, pouco mais de 1,70cm de altura, carioca nascido em São Cristóvão e que veio morar no Leblon, quando o bairro ainda não tinha o glamour e os preços estratosféricos de hoje, é médico, dos mais respeitados, mas insiste em circular nos finais de semana de sandálias hawayanas, shorts de tactel e camisetas daquelas que podem facilmente ser compradas no Saara ou no Mercadão de Madureira. Vaidade Zero, Inteligência nota dez! Amigo feito por aqui, em descontraídos papos de mesa de Bar. Zezinho já nos brindou com algumas férias em nossa pousada em Buzios. Lara tem uma admiração especial por esse amigo, que aparece sempre como um raio, sem avisar ou planejar. A intempestividade e imprevisibilidade são suas marcas registradas. De fala rápida e contundente, ele usualmente domina as conversas pois é difícil pensar ou falar tão rápido como o intrépido Dr.
Já chegou pedindo um chopp e com a língua afiadíssima: -“ Herculano meu amigo, esse país não tem jeito! Enquanto vivermos sob o domínio da MEGAPA, não teremos futuro, não sairemos do apagão moral e intelectual que se instalou no Brasil. Esse é o grande mal da nação, não sei como vamos sair dessa meu amigo! não vejo horizontes, está tudo nebuloso, e o pior de tudo é que as nuvens não servem nem para chover onde precisa. Estamos ferrados! “
Confesso que não estava entendendo muito bem aonde ele queria chegar, e aproveitei o momento de rara pausa, quando ele molhou o bico no chopp e o interrompi meio que oportunisticamente:
“Calma Zezinho, me explique melhor, o que  você está dizendo meu velho? o que é essa tal MEGAPA?”
- Como você não sabe Herculano? MEGAPA meu amigo, Mediocridade Geral que Assola o País!!
Vivemos a era da mediocridade. Antigamente era bacana e bonito ser inteligente, gostar de coisas boas, ouvir clássicos, botar os filhos em boas escolas, construir uma carreira, conquistar, vencer pelo trabalho, pelo mérito, pela competência. Galgar vitórias e reconhecimentos com base no conhecimento cientifico adquirido. Conhecer a língua pátria, estudar literatura, conhecer nossos poetas, nossos grandes escritores. Orgulharmos de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Manuel Bandeira, Drummond, Monteiro Lobato...
Agora ditos professores fazem questões de prova citando uma tal de Waleska Popozuda como Pensadora Contemporânea!!! Só pode ser um deboche. Essa mesma sociedade que idolatra essa moça a quem nada tenho contra, mas não vejo nenhum trabalho relevante para a sociedade, quer banir das escolas Monteiro Lobato, um de nossos maiores escritores infantis! Criador de personagens maravilhosos, defensor histórico da soberania, lembra do “O Petróleo é nosso”?
É disso que falo meu amigo Herculano! Isso é o MEGAPA! Um vírus que se espalhou e se instalou na sociedade brasileira. Hoje em dia as pessoas chegam a ter vergonha em ter conhecimento. Se você sabe um pouco mais de história, biologia, ou de conhecimentos gerais é quase discriminado.
Eu mesmo tenho um amigo que as vezes é chamado de radio relógio pelos amigos porque sabe quem escreveu o indo da independência, quem fundou a academia brasileira de letras, quem escreveu o celebre: ”Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...” ou simplesmente porque sabe dizer a origem do termo “santo do pau oco”.
É o apagão intelectual amigo, a inversão de valores! A Moda é ser medíocre e ridicularizar a cultura e o conhecimento! A Quem interessa isso meu amigo? Só pode ser a alguém que quer continuar dominando a nação, e quanto menos senso crítico tiver um povo, menos capacidade de questionar e reagir essa sociedade terá!
Zezinho nesse momento terminou de tomar o segundo chopp, quase que em apenas um gole, bateu na mesa com uma nota de R$ 20,00, mandou um beijo para Lara, chamou o garçom e se despediu com a frase: “Deveras agradecido pela lhaneza de sempre! Se abstêmio fosse me furtaria desses inenarráveis momentos! Onde abunda o sorriso escasseia o discernimento!” Bateu no ombro do garçom e saiu da mesma forma intempestiva que chegou!

Chico virou-se para mim e disse: - Fala bonito o Dr Zezinho! Só entendi duas ou três palavras, mas pelo tom que ele usou, só pode ser coisa boa, muito boa, afinal a bunda é a preferência nacional não é Seu Herculano?


Até a próxima, com os cumprimentos do saudoso e inspirador Stanislaw Ponte Preta...