quinta-feira, 9 de março de 2017

Deus, o Menino e as Mães

Outro dia desses, ouvi um menino conversando com Deus, parei e comecei a prestar atenção nas suas palavras e sua conversa parecia muito franca e interessante.

Com a pureza que só habita nos corações infantis, ele fazia uma série de pedidos e agradecimentos, e Deus olhava para ele com aquele olhar amoroso e fraternal, típico olhar que as mães lançam sobre seus filhos. Um olhar cheio de amor, afeto e admiração.

Muitas vezes Deus apenas consentia com a cabeça, em outras vezes ele parecia especialmente interessado ou surpreso com o que lhe era dito por aquele pequeno menino.

Quando parecia que a conversa estava chegando ao fim, uma lagrima correu na pele macia e doce daquele pequenino ser.

O menino fez uma pausa, daquelas que fazemos quando precisamos juntar forças e segurar o choro para seguir em frente, e a partir de agora, vou reproduzir fielmente o diálogo que presenciei:

“Querido Deus, eu não quero parecer um menino ingrato, nem ser indelicado, mas eu gostaria muito de fazer ao Senhor uma pergunta:

Por que as nossas mães não são eternas? Elas são com certeza a sua melhor criação.

Tem a capacidade de nos dar a vida, depois nos alimentam com seu seio, nos aquecem com seu colo. São as primeiras lembranças de cheiro, de amor, de carinho e segurança.

Elas nos ensinam os primeiros passos e as primeiras palavras. Estão lá quando ficamos doentes, quando tememos o escuro, nos erguem nos primeiros tombos.

Na verdade elas estão lá para nos ajudar em todos os tombos que sofremos na vida. Ahh e quando temos medo? No colo da mãe, não há medo que não passe. Aqueles monstros que ficavam debaixo da cama sempre sumiam quando a mamãe chegava no quarto... e os bichos do armário? Fugiam correndo só de ouvir a voz ou os passos da mamãe!

Até o papai, que as vezes chegava do trabalho com uma cara triste, com o semblante tenso... era só ela lhe dar um abraço e um beijo que ele logo melhorava o astral, voltava a sorrir e vinha brincar comigo.

Eu sempre gostei muito do papai, ele é forte, divertido, eu diria que eles são uma espécie de aprendiz de mamãe, mas não é a mesma coisa sabe Deus. Eles são muito bons, mas não tem a mesma força, nem a mesma habilidade.

Mamãe sempre me entendeu no olhar. Quando eu não sabia falar, ela sabia quando eu tinha sede, fome, quando estava com a fralda molhada, com calor, frio ou com cólicas.

Eu sei que já sou um menino grandinho, já vou a escola e já sei comer sozinho. Sei também dizer quando tenho dor, frio fome ou medo. Papai me ajuda, a vovó e a titia também e eu amo muito todos eles, mas não é como o amor que eu e mamãe tínhamos um com o outro.

Sabe Deus, essas coisas eu não entendo direito. Eu sei que todas as pessoas vão para o céu um dia. Mamãe sempre me ensinou isso. Eu até entendo melhor quando elas se vão bem velhinhas, mas não entendo direito quando elas vão prematuramente.

Eu acho até que eu entenderia melhor se eu fosse grande como papai, mas assim criança, eu não entendo mesmo.

Mamãe me dizia que o Senhor ama tanto as mamães, que deu a seu Filho Jesus uma mãe, mesmo não tendo dado e ele um papai...

Aliás Deus, se ama tanto elas a ponte de dar uma a seu filho, por que não as fez eternas?”

Deus ouviu tudo atentamente, cheguei até a ter a impressão de uma lagrima ter corrido furtiva por seu rosto, e respondeu ao menino como segue:

“Meu filho, tudo que você disse é verdade, jamais criei em toda minha existência, algo tão bom, que me orgulhe tanto, quanto as mamães.

Verdade também que dei uma especial, de presente ao meu filho, e isso o fez muito feliz.
Agora imagine você comigo. Você amou e com certeza ama muito a sua mamãe não é mesmo?

 Pois é. Imagine então que ela o ama umas cem ou mil vezes mais do que você. Eu posso dizer isso, pois sou Deus e sei todas as coisas.

As mães são criaturas feitas de um amor especial, e para elas, a dor de um filho dói nela dobrado. Vocês são seu maior tesouro e sua maior razão de viver.

As Mães são sim eternas meu filho. A sua não está fisicamente ao seu lado, mas me acredite, ela está sim com você em todos os momentos de sua vida, zelando por você, cuidando e o amor dela não se acabou quando ela veio morar aqui comigo no céu, pelo contrário, ele só aumentou, ele é infinito.

Ela está aqui comigo, e quando for a hora vocês vão se reencontrar, para ficarem juntos por toda a eternidade.”

O Menino cessou o choro e disse:

“Obrigado Deus, a saudade de abraçar e de dar um beijo na mamãe vai durar até esse dia que o Senhor prometeu que acontecerá.

Enquanto isso eu continuarei aqui, amando a mamãe e sentindo sua presença comigo em tudo que ela me deu na terra, em tudo que ela me ensinou.

Muito obrigado por conversar comigo e me explicar aquilo que as vezes não conseguimos entender.
O Senhor é tão bom, que em vez de Pai, devíamos chama-lo de Mãe.”

O menino abraçou Deus, deu-lhe um beijo no rosto e saiu com o coração leve. Deus suspirou e voltou a sua rotina de Deus, já eu, eu derramava lagrimas desde o início da fala do menino. Me pus em seu lugar.

Fechei os olhos e agradeci a Deus por mais esse ensinamento.

Senti a presença de minha mãe desde a primeira infância e nesse exato momento ela acabara de me abraçar em seu colo e de secar minhas lagrimas, como muitas vezes fez em vida.


Obrigado Deus pela mãe maravilhosa que tive. sem ela eu não teria conseguido.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O tempo, a vidraça e a pedra

Não há nada mais poderoso e cruel na vida do que o tempo. Esse substantivo de apenas duas silabas, é ao mesmo tempo pequeno e infinito, rápido e lento, acalanto ou remédio amargo.

O Homem vive uma interminável busca pela melhor forma de controla-lo, ou de administrá-lo, como se isso fosse possível.

O tempo é um animal selvagem, indomável e indomesticável. Não permite rédeas, nem amarras. Quanto mais corremos atrás dele, mas ele nos escorre pelos dedos como areia.

Pode ser nosso aliado, quando perdemos alguém que amamos por exemplo, o seu passar, vai amenizando aquela dor infinita, que pensamos nunca ter fim. E o querido tempo vai lentamente e sabiamente transformando em saudade, e aprendemos a lidar com ela.

O tempo também é amigo, quando algo nos fere muito. Com sua placidez ele ameniza, faz com que dia a dia as magoas caiam no esquecimento, até que cicatrizem e sejam apenas lembranças distantes, as quais as vezes até damos risadas ao lembrar.

Ele é amigo daqueles que menos se preocupam com ele. É amigo dos inocentes, das crianças. Acho que o tempo gosta especialmente daqueles que não pensam nele. Crianças brincam, sorriem, e vivem como quem não sabe o que os espera no tempo futuro, e na verdade essa talvez seja a grande sabedoria. O tempo nos ensina que não adianta tentarmos controlar esse seu pedaço, chamado futuro. 

Acho que essa personalidade do tempo foi criada para tornar a vida mais difícil, para fazer do homem, prisioneiro da filha do futuro, a ansiedade.

Esses dois juntos podem acabar com qualquer alegria, mesmo que a gente saiba que preocupar-se com algo que não aconteceu é das maiores tolices que podemos cometer.

Tem um tempo que tambem pode ser doce e amargo, o tal "passado". Podemos ter doces lembranças, mas é preciso cuidado para não vivermos lá, ele impede que vivamos o tempo presente, o único que existe de verdade.

Numa conversa distante, lá do início dos anos 90, eu , jovem, cheio de saúde, de sonhos e incertezas, busquei abrigo nos ouvidos de meu velho avô. Desabafei com ele minhas angustias, ansiedades, incertezas com o futuro... Ele, do alto de seus setenta e poucos anos, após me ouvir atenciosamente, me disse uma das frases mais sabias, que guardo com muito carinho.

“Meu filho, a vida só é ruim para quem não pode esperar”.

Ele tinha setenta anos, pela lógica, muito menos tempo para planos e realizações, e aquela frase, naquele dia, tirou um enorme peso dos meus ombros. Até hoje eu a uso quando tenho angustias, mesmo sabendo que já não tenho o mesmo tempo da década de noventa.

O tempo se encarrega de colocar muitas coisas e verdades em seu devido lugar. Muitas vezes faz justiça de forma cruel, dolorida, mas o tempo nunca se furta a uma tarefa: Ensinar. O tempo ensina a todos aqueles que estão abertos a aprender. É como um pai implacável na missão de ensinar seus filhos. Podemos aprender por bem ou por mal. No final a escolha é nossa.

Todos estamos numa fila invisível, a caminho do fim, com uma senha nas mãos. Não sabemos qual o nosso número. Nem a nossa hora.

Seja amigo do tempo, use-o como uma criança, que sorri e se diverte, sem medo do amanhã.

Não seja escravo, nem do tempo  nem de ninguém.

E para terminar, uma conversa que ouvi outro dia entre uma pedra e uma vidraça:
Vinha caminhando a dona pedra, muito sorridente feliz e contente quando avistou uma vidraça e se atirou contra ela, com força.

A pobre vidraça se espatifou, a pedra olhou triunfal para a vidraça e se espantou.

A vidraça não chorava, pelo contrário, olhava para pedra com olhar de piedade.

“Por que me olha assim? Não tenha pena de mim, estou aqui inteira e acabei de te despedaçar! ”

A Vidraça sorriu e com voz serena respondeu:

“Não nasci vidraça. Fui uma grande rocha, o tempo me transformou em pedra, depois em areia, e em seguida no que eu era até te encontrar...”


Um grande abraço a todos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

As Gaiolas

Conversava outro dia com um velho sábio. Daqueles que dominam a arte da magia. Tipo um mago, capaz de coisas inimagináveis para um ser humano comum como eu.

Como de habito, procurava encontrar em sua sabedoria,   respostas para as angustias que costumeiramente assolam a sociedade moderna.

Ansiedades, medos, falta de tempo. Desejos que não conseguimos realizar, a culpa eterna de não atender as expectativas. São muitas expectativas colocadas sobre nossos ombros.

Queremos atender as expectativas dos nossos pais, dos professores, dos chefes, dos clientes, dos amigos, da esposa/marido, dos filhos e por aí vai... segunda algumas religiões, temos que atender até as expectativas de Deus, como se um ser supremo precisasse de algum sacrifício de nossa parte para se alegrar ou se realizar...

Uma busca incessante por respostas e certezas, que em tese nos dariam sensação de tranquilidade e paz.

Ele ouviu atentamente meu desabafo, em silencio, mas com ar de atenção, de quem se preocupava.
Quando terminei ele me manou olhar o horizonte e pensar em algo que me fizesse bem, ou feliz naquele momento.

Avistei então uma belo pássaro, a voar na imensidão do céu azul, fechei os olhos e disse:
Gostaria de poder voar, como aquele pássaro, longe de tudo, contemplando a criação, a natureza. Tenho certeza que nada o aflige nesse momento.

Foi aí que veio sua reposta, naquele tom sereno e firme:

“Para voar, é preciso a coragem de enfrentar o terror do vazio. Observe o voo de um pássaro e veja que é só no vazio que o voo acontece.

O vazio é o espaço da liberdade e a ausência de certezas, exatamente o que você teme: não ter certezas. Por isso você troca o voo por gaiolas, as gaiolas são o lugar onde moram as certezas
É um engano pensar que a os homens seriam  livres se pudessem voar, ou que eles não são livres porque alguém ou alguma coisa os engaiolou.

É engano achar que voariam se as portas estivessem abertas. A verdade é o oposto. Não há carcereiros. Em geral preferem as gaiolas aos voos. 

Constroem as gaiolas  que os aprisionam. ”

Que possamos abrir nossas gaiolas e voarmos livremente na liberdade de não termos certezas.

Viva a vida, cada dia é dadiva e não volta. Não sabemos o estoque de tempo que temos, portanto faça bom uso do seu.



Lennon Pereira

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Será Karma, ou apenas pouca sorte?

Não tenho aqui nenhuma intenção em defender a Fé de nenhuma corrente religiosa, o intuito é apenas discorrer sobre pensamentos aleatórios, que transitam por meus neurônios nos momentos que passo a fazer minhas corridas diárias pela orla do Rio de Janeiro.


Entre um buraco, uma facada ou um pivete, volta e meia consigo desligar os pensamentos e nessas horas me passam coisas as vezes um tanto estapafúrdias pela cabeça.

Outro dia, após conversar com amigos sobre as diferenças abissais entre a qualidade de vida entre o Brasil e os EUA, me ocorreu um termo interessante de comparação: Por que nascemos num país de atraso, corrupção, impunidade, violência, descaso, desrespeito com o povo, políticos ladrões, miséria, educação e saúde falidos, falta de expectativas, impostos absurdos e tudo mais que conhecemos, enquanto um sujeito nasce num pais como os EUA?

O que faz um cidadão livre de pecado, nascer num país desenvolvido, rico, com qualidade de vida, boas escolas, Segurança, Avanço tecnológico, direitos dos cidadãos assegurados e etc etc etc, enquanto eu e você nascemos nesse lixo subdesenvolvido?

Não encontrei respostas na ciência, me vali então da justificativa dos Espiritas:

Só pode ser uma coisa, a Terra é o centro do movimento de purificação do ser humano. Aqueles de pior carma nascem no Brasil (ou em outros lixos como Venezuela, Haiti, Congo, Nigéria e etc).

Conforme vamos evoluindo, vamos progredindo, até que um dia todos nós reencarnaremos falando inglês, comemorando 04 de Julho e comendo Perú de Ação de Graças!

Aqueles que maldizem o Império, são por natureza espíritos do Mal,  liderados por Lúcifer, e querem que nossas Almas fiquem o máximo de tempo em infernos como Brasil, Venezuela, Cuba e etc...

Vou me comportar muito bem, para na próxima vinda, quem sabe eu possa estar com menos dívidas e já apareça na Itália,  Portugal ou Espanha! Até no Chile eu to aceitando, comparados ao Brasil, é ante sala do Paraíso.

Há quem acredite que estamos mudando. Alguns  grandes empresários como Marcelinho Odebrecht, sendo presos, algo antes impensado, e agora o encarceramento do cara de pau máximo, Sr Sérgio Cabral,  sua esposa e comparsas.

Os caras tinham tanta certeza da impunidade, que não se intimidavam em ostentar patrimônio totalmente incoerente com suas receitas. Não resolve, mas já é um começo, uma luz no fim do túnel. Começando a faxina agora, talvez sejamos um pouco melhores la pelo ano 3050, geração de meus bisnetos...

De qualquer forma, já quero ir garantindo meu quinhão na próxima encarnação, por isso, despeço-me com um “Deus Salve a América”, e peço que perdoe meus pecados cármicos de brasileiro, não nascido em berço esplendido, de sobrenome Calheiros, Maia, Sarney (o verdadeiro imortal!!)...

Sou Silva descendente de Pernambucanos!!! mas nenhum familiar meu perdeu o dedo mindinho. Que azar... ou sorte... odeio Bangú.

Opa, um buraco, dos males o menor, quem sabe ganho 15 dias de licença??


Abraços

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Você tem filhos?

Se você tem, vai entender muitas coisas que vou dizer nas próximas linhas, se você não tem, vale ao menos conhecer o tipo de emoção que essas criaturas causam em nossas corridas e estressantes vidas.
Hoje pela manhã, após trinta dias de férias acordei com uma estranha sensação. 

Passei as férias dormindo e acordando na companhia do meu pequeno bebe, de apenas 1 ano e 6 meses.

Foi estranho levantar me arrumar e sair sem ouvir aquele chorinho de quando ele acorda, sem receber seu sorriso matinal, aquele abraço sonolento e gostoso e poder encher aquele pequenino com muitos beijos.

Depois de pronto para sair, entrei silenciosamente em seu quarto, ele dormia aquele sono profundo, lindo. Me despedi com a mão sobre sua cabeça fazendo uma oração, pedindo a Deus benção e proteção.

A sensação que tive ao sair de casa, foi semelhante a sensação do primeiro dia de aula, quando ainda criança. Um frio na barriga, uma falta algo, ansiedade.

O primeiro dia de aula para mim quando criança, sempre foi um misto de ansiedade, tristeza pelo fim dos dias sem compromisso e também a alegria de rever os amigos. Típico da infância, quando estamos nos acostumando a lidar com as emoções. Temos a falsa impressão que um dia isso será possível.

Foi no caminho para o trabalho que me vieram esses pensamentos. Fiquei me perguntando o que aquilo representava. Coração apertado por deixar meu filho antes dele acordar e poder me ver. Na verdade eu que precisava daquele sorriso para me dar força, paz e segurança.

Pois é, é isso que os filhos fazem com a gente. Os filhos nos fazem ter muita responsabilidade, também nos fazem novamente crianças. Um filho rejuvenesce, desperta emoções adormecidas e outras desconhecidas. Dá coragem, determinação, força, medos, incertezas e também medos, mas da acima de tudo muito,  muito amor, um amor inexplicável até sentirmos na pele o que ele é. Nada que eu escreva aqui fará com que você entenda, a não ser que também seja pai ou mãe.

Nessa hora me perguntei como eu pude esperar 42 anos para ter João Guilherme. Em um ano e meio eu vivi mais experiências inexplicavelmente maravilhosas do que no resto da minha vida.
Filhos são a renovação da vida, são a nossa maior aventura, nossa melhor obra e são também a melhor forma de entendermos o amor que nossos pais sentiram e sentem por nós durante a vida.
O amor que João Guilherme trouxe a minha vida e de minha maravilhosa esposa é o maior presente de Deus. 

Esse amor muda a forma de ver o mundo, muda prioridades, muda sentimentos.

Agradeço imensamente ao meu filho por tudo de bom que trouxe a minha vida, aproveito também para agradecer aos meus pais por todo amor que eles sempre sentiram por mim. Hoje eu tenho a medida desse sentimento, e posso ser ainda mais agradecido e compreensivo. A paternidade nos faz cometer acertos e erros, mas todos eles têm a mesma motivação, querer sempre o melhor possível para os filhos. Não há outra motivação na vida dos pais.

A vida não avisa, não manda recado. Um dia estamos aqui e em outro somos lembrança, saudade, memórias.

Esse texto foi a forma de eternizar para João Guilherme tudo que ele representa em minha vida e o quanto infinito é o amor  e o bem querer que tenho por você meu filho.

Hoje você pode sentir, mas ainda não tem discernimento para guardar na memória.

Pretendo lhe dizer isso muitas vezes na vida, mas assim, eu faço um tipo de seguro contra imprevistos.

Te amo, que Deus nos dê muitos anos juntos. Você é o que de melhor há em mim.

Seu Pai.
Lennon Pereira

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A carta para meu amor

para Minha amada esposa, a quem sempre dediquei todos os meus textos, porem até esse dia, nenhum exclusivo... ao menos nenhum desse porte...

Boa noite meu amor, espero que essa noite seja tão boa para você como é para mim.
Esse texto veio a minha cabeça dia 22 de dezembro por volta das 8:30 da manhã, quando entrei na igreja de Santa Monica, para orar e agradecer a Deus pelo ano de 2016, e nada como a casa do Senhor, para encher nossos corações de alegria, paz, sabedoria e amor.
Eu estava lá sentado, orando em agradecimento por tudo de bom que ele tem colocado em nossas vidas, quando me veio a reflexão que vou revelar agora nas palavras que seguem.
Comecei agradecendo por ter, num ano tão difícil para o país, o emprego que nos proporciona ter a vida que temos e nessa hora, meus pensamentos meio que se abriram para algo muito maior, e eu pude enxergar que o Bem que Deus me fez e a forma como ele cuida de mim, vai muito, muito além do que a gente é capaz de perceber no primeiro olhar.
Eu pude ver que Deus age na hora em que realmente precisamos, na hora que a coisa aperta, que o bicho pega.
Vivi anos de muita bonança, o pais em pleno crescimento, economia galopante, as empresas investindo. Vendas polpudas, metas batidas ano a ano, e aquela vida de solteiro, sem muito comprometimento, e sem muitas preocupações. Eu era como um pássaro que vivia um dia após o outro, sem problemas e sem preocupações, tudo estava perfeito, até que as coisas começaram a mudar.
O pais começa a se retrair, no final de 2012 as coisas já não vão tão bem, no início de 2013, mais obstáculos, provações, mais recessão, a doença da minha mãe, 34 dias de UTI, culminando com sua partida e uma família emocionalmente abalada.
Ali o país não era o mesmo, as emoções também não. Quando muitas coisas começam a acontecer ao mesmo tempo, é muito difícil seguir, os olhos turvam, o horizonte embaça e fica difícil seguir em frente. 2013 um ano dificílimo. No dia 31/12, paro para respirar e pedir a Deus por luz e forças. Sinto uma imensa paz e a certeza de que ele me atenderia.
Eu não estava errado, já no dia 07/01, ele me mostra o primeiro sinal, dali em diante o meu mundo começa realmente a se modificar. Não que as coisas se tornassem mais fáceis ou caíssem do céu, mas as forças se renovaram e tudo começou a fazer mais sentido.
Ele me trouxe você, que era parte da resposta a tudo que eu mais pedia a Deus, uma mulher companheira, apaixonante, dedicada, linda, com um sorriso capaz de iluminar a maior escuridão. E você deu novo sentido e nova força a minha existência. Juntos começamos a construir uma vida, realizar sonhos e fazer planos.
Formamos um casal, um novo lar, unimos pessoas, sorrimos, viajamos, namoramos, sonhamos e fizemos planos.
Minha vida já era outra. Não deixou de ter desafios, de ter muito trabalho, dificuldades nem barreiras, mas juntos fomos superando uma a uma, mas não era tudo.
Queríamos mais, queríamos ser uma família de verdade, e para isso faltava uma parte, algo que sempre sonhei, mas sempre tive muito medo de encarar.
Entre a notícia no dia 12/12 e a chegada do nosso amor maior na madrugada de 14/07/2015, muitos sorrisos, lagrimas, sustos, novidades e ansiedade. Ele chegou e completou nossa existência. Hoje é inimaginável a vida sem ele, que chegou tocando o maior terror e ao mesmo tempo espalhando um amor indescritível a nossa volta.
João Guilherme é a nossa melhor parte, nosso melhor sorriso e nosso maior combustível. Ele despertou em mim um Lennon que eu não sabia que existia, e quando ele me sorri, me abraça ou me da um beijo, eu sinto a maior emoção e alegria do mundo.
Olhando tudo isso, eu posso ver como Deus foi bom comigo. Fiz todo esse texto e de Janeiro de 2014 até aqui, quase não falei em dificuldades ou tristezas. Elas não existiram? Existiram sim, mas são mínimas perante tudo que vivemos e temos hoje.
No momento mais difícil da minha existência, Deus se fez mais presente e me deu tudo que eu precisava, uma família, linda, maravilhosa.
Uma esposa e um filho que são o amor máximo da minha vida, pelos quais faço todo tipo de sacrifício e que fazem tudo na vida valer a pena.
Eu já havia escrito para nosso filho, mas ele ainda era um bebe dentro da barriga. Você algumas vezes falou que eu nunca havia escrito para você, não era uma verdade absoluta, pois tudo que faço hoje é muito por você e por ele, por nós, mas assumo que não havia feito nada especifico e objetivo, porque sempre quis fazer algo que fosse muito especial e estivesse muito a altura de vocês. Sei lá no fundo que nunca será possível transformar isso que sinto de amor e gratidão em palavras, mas hoje eu tive a coragem de tentar, e espero que tenha conseguido de alguma forma mostrar o quanto amo você e JG, e também o quanto você foi e é maravilhosa e importante para mim, e o sentido que dão a minha vida.
Você me deu uma família, me deu uma vida nova e me fez o homem mais feliz e realizado do mundo
Te amo, um Feliz Natal para você, com todo meu amor
Lennon Pereira.

Estamos de volta

Rivelino me convenceu a criar um habito oposto ao das aves. O normal é eles fugirem para o calor na época de inverno. Aqui, Meu Bem te vi Tricolor-filosofo-escritor, é inimigo do calor, e como o verão carioca é daquele tipo extra forte, costumamos viajar para os arredores da cidade imperial, para nos refugiarmos do escaldante verão carioca.

Lá passamos dias de contato com a natureza, temperaturas em torno de 25 a 26 graus de dia e 22 a noite, o que nos permite relaxar, refletir e recarregar as baterias. Como nem tudo é perfeito, nosso refúgio secreto é privado de internet, o que nos obriga a ficar distantes do que mais gostamos nessa vida, que é o contato com vocês leitores.

Dizem que tudo que é bom dura pouco, e as férias findaram, mas esse ano, contagiado definitivamente pelos conselhos e exemplos do amigo Zé Francisco (a quem, a partir de hoje se ele permitir, chamarei carinhosamente de Juninho), começo um ano cheio de otimismo e esperanças.

Quando me lembro do início do ano de 2016 e comparo com 2017, tenho motivos de sobra para estar esperançoso. Não é segredo para ninguém que 2016 foi um fiasco e as véspera das eleições, não víamos ninguém que enchesse os corações de entusiasmo. Águas passadas, somos todos tricolores e em comum queremos um time forte e vencedor.

Assisti então ao jogo com o Criciúma, cheio de dúvidas, a defesa não foi lá muito bem, mas o time até que mostrou garra e comprometimento, 3x2 que valeram mais por quebrar o jejum de vitórias do que qualquer outra coisa.

Domingo era pra valer. Não que o time do Vasco pusesse medo em alguém, seu elenco é fraquíssimo, mas temos um recente histórico de grandes dificuldades contra os padeiros.

A mídia passou todo o mês de Janeiro dizendo que o Fluminense estava na pior, que não contratou, que isso e aquilo, só faltou dizerem que fecharíamos as portas e acabaríamos com o futebol. Se um desavisado ouvisse as rádios ou passasse os olhos na flapress, acharia que nosso elenco era do nível do Rezende ou do Bonsucesso. Seriamos o vexame e encarar o “poderoso” Vasco já na estreia, nos faríamos pagar um mico histórico. Se perdêssemos de pouco seria para lamber os beiços. Afinal o Vasco tem Nenê, Nenê, Nenê, Martim Silva e ... e... e quem mais mesmo?? Ahhh, Cristóvão...o grande Cristóvão, demitido de Fluminense, Flamengo, Corinthians e do próprio Vasco em 2013...

Eu e Riva nos pusemos frente a TV do comendador, que gentilmente nos convidou para assistir ao jogo em uma de suas residências, essa localizada em nobre local da cidade Imperial, onde chegam Internet, Luz elétrica, TV  a Cabo, uísque 12 anos, caviar, Salmão, canapés de camarão, e Moet Chandon. 

A Residência de campo do comendador é a cara da nobreza, e por consequência, lugar ideal para assistir a jogos do mais nobre e aristocrático clube brasileiro.

Entre uma dose e um canapé, nossas tensões foram diminuindo, e começamos logo a levar fé em um bom jogo.

Rivelino tomou alguns sustos, e dividiu parte da atenção entre o jogo e uma “canária” que com ele flertava dos jardins. Estava com o coração dividido, o velho passarinho Casanova, não perdoa uma.
Entre um gol perdido aqui e um susto acolá, W Silva, o bom e não o lateral, marca após já termos perdido duas ou três boas chances. Num contra ataque rápido, toque de categoria de Dourado (isso mesmo, pasmem!!!), trombada entre M Silva e Rogrido( o aloprado)  Welington aproveita a sobra e fuzila, com categoria  abrindo o placar.

O Segundo gol encheu os olhos. Sornoza mostrou que tem tudo para despontar e ser ainda maior que Conca, que perdeu parte do respeito ao mulambar. Uma linda jogada individual e apenas rolou para Dourado. O gol me lembrou o velho Luciano Vannutti que dizia: “esse até eu faria”. Dourado melhorou, o Dourado do ano passado poderia perder gols como esse.

No segundo tempo, as mexidas de Cristóvão melhoraram o Vasco, que teve boas chances e desperdiçou.

O Fluminense perdeu também oportunidades incríveis, poderia ser cinco ou seis.
É verdade que o Vasco chegou a dominar e pressionar, mas nessa hora, o Flu mostrou que finalmente contratamos um técnico de verdade.
Abel está mais maduro, aprimorado. Parece que aprendeu bastante nos últimos anos.

Com três mexidas Abel mudou novamente o jogo.Equilibrou o meio campo, neutralizou os ataques do Vasco e ficamos a espera do golpe final.

Ele veio com uma linda jogada entre Scarpa e Marcos cabeçadeamendoim Junior.O garoto tabelou e tocou de cavadinha, lindo, acachapante e deu números finais ao jogo.

Menções honrosas ao outro equatoriano de nome difícil, a Douglas, Scarpa e Leo. Dourado precisa de sequencia para merecer elogios

Marcos Jr que não tem nem 20% do talento de Conca, mas só de afirmar que jamais jogaria na dissidência, já merece ter seu nome definitivamente escrito nas Laranjeiras. Sua declaração foi mais emblemática que o gol do título da Primeira Liga. Homem é assim, só tem uma palavra e não tem medo de dizer. Personalidade e caráter diferem homens de meninos.

É muito cedo e pegamos apenas times medianos até agora, mas é ótimo começar vencendo, fazendo gols e principalmente goleando um rival tradicional, num clássico estadual.

Que 2017 seja um ano bom para todos vocês meus queridos leitores, e principalmente para nosso amado tricolor.

Ahh, quase esqueço de dizer, Rivelino só volta semana que vem. Ficou na cidade Imperial, pois se embolou em beijos e caricias com a Canarinha lá da casa do comendador.
Esse cara é mesmo matador.

Abraços a todos, Saudações tricolores e até quinta, ou sexta, depende do meu editor.

Lennon Pereira