quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Capitulo 33 – Um novo amanhecer

Acordei no quarto de Lara, numa bela manhã de domingo. Lara era mesmo uma mulher ímpar. Sempre pensando em tudo, sempre dedicada e zelosa. Ficamos ali namorando um pouco e curtindo um a companhia do outro pela manhã, quando eu disse a ela que precisaria ir embora, pois não tina nem roupa apropriada para uma manhã de sol. Nessa hora Lara revelou mais uma de suas especialidades, pensar em tudo. Tirou do armário algumas caixas com presentes; duas camisetas, uma bermuda, chinelo, um tênis, sunga, meias... Lara era quase irreal. O que eu teria feito para merecer uma mulher assim? Tomamos um belo banho e fomos para a sala saborear o café da manhã. Dr. Oswaldo já havia lido os jornais e deixou uma matéria sobre a mesa:

Os Oliveira Telles abrem sua cobertura para apresentar Herculano Marins, futuro genro e empresário do ramo de construção civil à sociedade.

Em um discreto e elegante jantar, o casal apresenta o rapaz de sorte que conquistou o coração da bela Lara a maior jóia da família.” 

O texto acompanhava uma das diversas fotos feitas durante o jantar. Lá estávamos eu, Lara e meus sogros. Dei um sorriso meio surpreso e logo meu amor me abraçou e me acariciando a cabeça sentenciou: “acostume-se meu amor, volta e meia sai algo sobre papai e mamãe. É comum. Ficamos lindos não é mesmo?” Realmente a vida seria outra. Antes e depois de Lara.

Tomamos um belo café da manhã e fui brindado por meu futuro sogro com sábias palavras sobre negócios e economia. Dr. Oswaldo era mesmo um homem muito inteligente, eu ouvia com especial atenção todas as suas palavras, como quem quer absorver ao máximo os conhecimentos ali passados gratuitamente. Meu telefone tocou diversas vezes. Meus pais, alguns parentes e os amigos. Vários deles me parabenizando ou apenas comentando que me viram no jornal. Os mais íntimos brincando e fazendo piada por eu ter aparecido numa coluna social. Logo eu, que tinha sido um menino tímido da zona norte. Coisas da vida!

Fui com Lara dar uma caminhada em torno da Lagoa. Eu amava aquele cartão postal e acordando ali, praticamente às margens, não poderia resistir. Eu e Lara caminhávamos felizes. Mãos dadas, mil sorrisos um para o outro, alguns beijinhos e um astral que contagiava a qualquer um que passasse por nós. Olhávamos os demais casais com seus filhos e já pensávamos em que nomes daríamos às nossas futuras crianças. Eu sempre quis filhos e Lara trabalhava com crianças. Seria uma mãe maravilhosa. Durante boa parte, conversamos sobre como nos conhecemos e como nosso amor surgiu de forma inesperada e pouco provável.

Uma revelação de Lara me deixou surpreso e comovido. Ela me contou que quando viajamos para o churrasco de Búzios, Júlia comentou que eu também iria. Perguntou se ela lembrava de mim e em seguida disse que eu era um grande amigo deles, meio perdido ainda, mas de ótimo coração. Nunca imaginei que Júlia faria esse tipo de comentário a meu respeito. As mulheres sempre nos surpreendem. Lara confessou que o depoimento de Júlia fez com que ela fosse para a viagem um tanto quanto curiosa em me conhecer um pouco mais e em desvendar minha personalidade. Lara contou que o fato de eu ter me retirado da roda de violão e ido para a cama foi o que despertou nela algo diferente. Como era de se esperar, Lara ficou surpresa por eu não ter me aproveitado do seu momento de fraqueza.

Meu amor! E eu estava ali, indefesa e vulnerável, era uma presa fácil. O que você demonstrou por mim naquele momento foi algo importantíssimo para qualquer mulher: Respeito! Você me respeitou, e o respeito é ingrediente fundamental para o amor existir”.Abracei apertado minha namorada e a olhei no fundo dos olhos antes de beijá-la. Após o beijo disse pela primeira vez: “Eu te amo!”. Um “eu te amo” que parecia vir do fundo do meu coração. Meus olhos brilhavam e meu coração saltava dentro do peito. Tudo que eu queria era ter aquela mulher ao meu lado para o resto da vida. Na verdade eu queria muito mais do que tê-la comigo para o resto da vida, eu queria, com todas as minhas forças, fazê-la feliz, muito feliz. Não sabia direito como fazer mais feliz aquela mulher que tinha tudo na vida, mas eu estava disposto a descobrir. Eu seria um novo e determinado homem.

Daquele dia em diante eu sentia que havia nascido em mim um novo homem. Um homem que eu me orgulhava em conhecer. Cada descoberta era uma conquista. Eu queria ser uma pessoa melhor. Queria ser admirado por Lara e deixá-la orgulhosa de mim. Podemos fazer grandes mudanças em nossas vidas e obter várias conquistas. O que diferencia as pessoas são os motivos que nos levam a isso. Muitos podem ser movidos por ambições, por afirmação, por orgulho, vaidade, vingança. Eu seria movido pelo mais nobre dos sentimentos, o amor. Eu me sentia um homem melhor porque sentia que o amor circulava em minhas veias, me rejuvenescia e me enchia e forças coragem e determinação.

Lara sorriu ao ouvir minha declaração e com seu semblante sempre lindo e sorridente me respondeu: “Achei que esse dia nunca chegaria! Meu amor é seu meu querido, meu amor!” Não sei bem o motivo, mas me apaixonei pela forma nova com que Lara me chamou.”Meu querido”. Achei singelo e sincero. Sorri feliz e abracei Lara para sempre. Um abraço interminável e apaixonado. 

Paramos ali mesmo para uma água de coco. Olhávamos o Cristo Redentor abençoando a cidade maravilhosa. Muitas coisas se passaram em minha mente, mas só uma ficava, Lara...

Estávamos ali perto do Monte Líbano e decidimos ir até a praia dar um mergulho. O dia estava lindo demais e quente, muito quente. Caminhamos até a praia, lá encontramos alguns amigos com quem ficamos um bom tempo de papo. Todas as meninas haviam visto nossa foto e brincavam com Lara sobre ela ser chique e etc. Os meninos estavam mais preocupados em falar de futebol e sobre as belas mulheres que desfilam por Ipanema e Leblon. Era bom demais viver aquele ambiente de praia, sol, bom papo, bom astral. Dizem que uma coisa puxa outra. Quando estamos perto de pessoas derrotadas ou derrotistas ficamos mal, quando estamos com pessoas do bem com a vida, de bom astral, tudo melhora. Eu começava a sentir aquilo na pele. Cercado de gente bonita, inteligente, bem resolvida, meus problemas começavam e perder tamanho e minha mente se enchia de otimismo e de perspectivas. Eu deixava para trás o Herculano pesado, carregado, que hesitava, tinha medos e incertezas, para ser um Herculano mais ousado e corajoso. Ficamos na praia até umas 14 horas, quando resolvemos sair para almoçar com meus pais. 

Ao voltar para o apartamento de Lara, passamos pelo Jardim de Alá e, quase chegando na Lagoa novamente, eu avistei Lully do outro lado da rua.

4 comentários:

Anônimo disse...

Estou adorando, meu autor lindo!a

Ellen disse...

Que bom o retorno das aventuras de Herculano antes do final do ano.Estava saudosa.Parabéns Lennon pela bela história que vc está construindo. Que em 2012 vc continue nos brindando com esses momentos de cultura e ficção.Estou ansiosa para saber o impacto da nova vida nos princípios vindos da origem simples do Herculano. Nem todo mundo agüenta tanta mudança.
Feliz 2012!

Lennon Pereira disse...

Obrigado Ellen por dedicar oarte do seu tempo a leitura desse blog que é de todos vocês! Que 2012 seja repleto de realizações e alegrias! Herculano ainda tem algumas revelações a fazer antes do fim do livro! Feliz ano novo, em Janeiro voltarei com mais assiduidade, essa epoca do ano é muito corrida!

Lennon Pereira disse...

obrigado Anonima!! beijos e ST