terça-feira, 13 de agosto de 2013

Quando a Luz se apaga

O quem vem depois? Depois que os olhos dela se fecharam para sempre, que seu corpo parou de respirar e seu coração parou de bater?

Depois resta a vida a ser vivida de uma forma desconhecida, sem o maior porto seguro, sem o colo ...derradeiro onde todas as lagrimas podem ser derramadas sem medo, de onde sempre viria uma palavra ou um gesto de carinho e consolo, conforto, amor .

Encarar o mundo sem o ninho, sem o olhar materno. Saber que nos momentos de derrota não poderemos contar com aquela que sempre nos acolherá de braços e coração abertos, e que os momentos de vitória não serão jamais plenos, pois não poderemos com ela compartilhar e receber seu terno e amoroso sorriso.


A vida agora é mais cruel, não permite mais erros, não há mais a certeza do apoio incondicional. Na verdade não há mais o calor do amoroso colo materno, não há mais onde descansar plenamente.


Não há mais onde recostar a cabeça o corpo cansados para receber aquele conselho que acalma, que alivia e que encoraja. Simplesmente não há mais o amor de mãe. As lágrimas não tem mais fim, nem hora para chegar, uma lembrança, uma música, uma fotografia ou um momento qualquer. Não as controlo mais, elas agora correm para o infinito. O colo de mãe era a represa, onde o rio acalmava e se tornava um grande, belo e lindo lago da aguas calmas e limpas. 


Os dias seguem as horas passam, o sol nasce e se recolhe. Tudo parece estar igual, mas tudo está diferente. A magia se perdeu. Hoje entendo o significado da palavra órfão. Hoje me compadeço mais de todos que por isso já passaram, até mais do que daqueles que nunca sentirão essa dor. 


Quem nunca teve mãe, não sabe a dor que é não ter mais. 

Talvez esses sejam mais amados por Deus por nunca terem que sentir tamanha dor, tamanha tristeza, tamanha ausência, infinita saudade. 


Depois dessa experiência, o medo é algo que deixa de existir. Digo que hoje o medo passou a se chamar indiferença. Tanto faz. Nem o Sol ilumina tanto e nem a noite é tão escura. 


E os momentos de maior alegria, são igualmente os momentos mais tristes. 

Ouço em todos os cantos que vai passar. Peço desculpas para dizer que não acredito, e para rezar para que eu esteja errado.

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