terça-feira, 13 de agosto de 2013

A Vida continua!

Peço aos meus amigos e leitores, e principalmente ao meu querido editor Paulo Andel, desculpas pela temporária ausência.
Muitos de vocês acompanharam pelas minhas ultimas crônicas, a luta, o drama familiar vivido por esse humilde cronista.
Assim como a Copa vencida pelo Brasil, a nossa luta chegou também ao fim.
As 22h40min do dia 23 de Junho de 2013, nossa guerreira teve seu ultimo lance nos gramados da vida terrena. Após 65 anos de batalha, pendurou as chuteiras, os refletores se apagaram e veio o apito final. Suas forças foram vencidas, extenuada por uma luta de 43 dias de UTI. Como todo grande craque, lutou bravamente, até o último minuto, ultimo suspiro, ultimo pulsar.
Deixou seu clube órfão e em luto, como fazem os grandes craques, como fazem os insubstituíveis, os indispensáveis. De sua trajetória de glórias e títulos, cabe listar alguns, pois todos eles eu seria incapaz de relatar.
Um clube orgulhoso e vencedor. Um casamento celebrado aos 23 anos de vida, que seguiu a ordem divina: “…o que Deus uniu, não separe o homem… amando se e respeitando-se na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença… até que a morte os separe”.
Quarenta e dois anos depois, deixa o Presidente sem sua primeira dama. Quarenta e dois anos, nos tempos de hoje, merece sim uma honraria especial. Só com muito amor, amor verdadeiro, duas pessoas totalmente diferentes, dividem a vida juntos por tanto tempo. Com respeito, carinho, amizade, amor, companheirismo, abdicação, paciência, abnegação e dedicação, além da benção e o apoio de Deus. O primeiro órfão enlutado é o presidente do clube, o viúvo, meu pai, que caminha dia a dia ao nosso lado em busca de consolo. Uma vida inteira juntos. É como reaprender a viver a partir de agora.
Além desse, ela carrega mais dois maravilhosos e gloriosos títulos. Deixa dois filhos, um homem e uma mulher, ambos criados. Adultos, educados, orientados e formados com muito amor e dedicação. Sim, nossa craque formou dois filhos, amigos, unidos, amorosos que sempre respeitaram as leis, pai e mãe, os mais velhos. Criou cidadãos conscientes e preparados para o mundo.
Deu a nós: Amor, educação, instrução, carinho e muitos, mas muitos anos de sua vida. Seu orgulho e sua vitória estavam em nos ver bem criados, em nos ver sorrir, em nos ver felizes.
A dor de seus filhos era a defesa adversária mais implacável, e fazia com que ela se tornasse um Pelé, um Messi! Sempre pronta para estraçalhar seus zagueiros. Não havia linha dura que e vencesse, intimidasse ou impedisse.
Agora enfrentaremos sozinhos, sem nossa maior protetora e defensora. A vida fica mais difícil para nós.
Carrega também o glorioso titulo de avó venturosa e providente, que deixou seu lar e seu “Presidente” por uns meses, pois sua neta nasceu em outra cidade, e ela com sua experiência e sabedoria de muitos campeonatos, foi para junto de sua filha nesse momento. Por lá ficou alguns meses, como se jogasse no exterior, para ajudar a um de seus queridos.
Em São Paulo, passou os primeiros meses de vida de sua neta Mariana, que hoje, com 6 anos, nos brindou com um alento de que a vida se renova, e nos consolou ao saber da despedida da vovó com as seguintes palavras: “Eu entendo o que vocês estão sentindo… mas ela está melhor agora lá no céu, com Deus, e Jesus vai recebe-la com muito amor e carinho…”
A vida é assim! Perdemos o grande e maior craque da companhia. Nessa hora, olhamos para as divisões de base e enxergamos o milagre da vida! O milagre da renovação, da continuidade.
É a grande prova de que a saudade, lembrança, a gratidão, o reconhecimento e o amor serão eternos.
Grandes craques nunca são esquecidos, mas graças a Deus, a vida continua e se renova.
No dia de seu embarque definitivo, muitos fãs, travestidos de amigos, estiveram ao nosso lado, para a despedida e para a última homenagem.
A força dessa “torcida”, foi fundamental para que dor e tristeza se transformassem em consolo e esperança de dias melhores.
A vida é assim, todo campeonato se acaba, todo craque um dia se aposenta. Ficam as glórias, a lembrança, a saudade, as imagens, gravadas em mídias ou nas mentes e nos corações.
O clube se reúne. É hora de hastear a bandeira a meio mastro, em respeito, em luto, em memória.
Não abandonaremos o campeonato da vida, aos poucos retornamos aos treinos, aos jogos e à novos títulos.
Aos que estiveram conosco nessa empreitada meu muito obrigado em nota oficial, em nome do clube. Certos de que um dia, jogaremos todos juntos novamente nos gramados celestes, onde as luzes nunca se apagam, não há contusões e nem mais apito final.
Muito obrigado à minha querida mãe Maria Célia, a quem agradeço por ter me gerado, me dado a luz, amor, educação e carinho. Se hoje não sou melhor, é porque não ouvi todos os seus conselhos.
Fica essa homenagem.
Te amo

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