Dia desses, estava eu em casa, na companhia de minha
pequena filha de cinco anos, pensando nas críticas que a mídia e alguns tricolebas (peguei sim emprestado o
termo com o irmão colunista Marcus Vinicius Caldeira) sempre lançam contra a
equipe de Abel. Dizem que o time é retranqueiro, que joga feio, que passamos
sufoco, que recua demais, que não dá espetáculo, e etc.
Exatamente no memento em que refletia sobre tais
acusações e as comparava com os resultados alcançados nos últimos dois anos,
minha pequena me interrompeu com seu novo brinquedo.
Chegou perto de mim, sorridente com uma caixa de LEGO. Sentou se ao meu lado e me pediu
para montar junto com ela um pequeno castelo, com riqueza de detalhes e que
pela princesa no alto da torre, que a caixa me revelava, parecia ser Rapunzel.
Confesso a vocês que sou do tipo sentimental, e que
jamais me furtaria ao prazer de passar horas viajando na minha um tanto
longínqua infância. O tal LEGO, que
no meu tempo era uma espécie de quebra
cabeças de pecinhas de plástico coloridas que se encaixam e vão tomando as mais
diversas formas, já não é mais como no meu tempo. Agora vem com diversos
acabamentos e com objetivo de formar um objeto determinado. No nosso caso, o
castelo da Rapunzel.
Reparei que a tarefa não seria das mais fáceis, eram
muitas peças e muitos detalhes. Fiquei olhando e pensando e comecei logo a
tentar ligar umas as outras aleatoriamente. Logo fui repreendido por minha
pequena arquiteta, que do alto de sua genialidade falou que não era assim que
se fazia. Que eu precisava seguir as regras, deu um sorriso, e prosseguiu: -
Primeiro você conta quantas peças de cada tipo tem na caixa, depois você separa
por tipo, tamanho e por cor. Em seguida
começa a juntar seguindo a ordem que vem escrita nesse papel aqui óh!
Ela tinha razão. Seguimos exatamente como ela me
orientou. Estudamos, nos preparamos, planejamos e seguimos as regras. Em pouco
mais de uma hora, o castelo estava pronto. Lindo, firme e idêntico à figura da
caixa. Nos abraçamos felizes e orgulhosos, tínhamos alcançado nosso objetivo.
Trabalhamos juntos, em equipe, quem sabia mais dava orientações e quem sabia
menos seguia os mais sábios ou experientes.
Minha pequena não tem noção da outra ajuda que ela me
deu. Sim, porque além de me ensinar o LEGO,
me proporcionar horas te prazer e purificação da mente, ela me ajudou a
entender o Fluminense de Abel.
O Fluminense de Abel tem um objetivo, ser campeão.
Abel é o arquiteto do LEGO
Fluminense. Abel separa as peças, conta quantas tem, planeja e as utiliza de
acordo com as regras, ou com as necessidades. Abel não espalha aleatoriamente
jogadores em campo e campeonatos. Ele estuda, planeja e executa em busca do
objetivo traçado. Seu objetivo não é ser o futebol mais bonito, mais vistoso,
nem promover goleadas históricas. O time de Abel é cirúrgico, segue as regras e
acima de tudo, sabe aonde quer chegar, qual é o objetivo.
Agradeci a minha filha, por me ensinar aquilo que só
as crianças enxergam, o óbvio! Abracei a com carinho, dei um beijo e guardamos
o castelo. Em seguida fomos assistir
juntos à vitória de 3x1 sobre o Volta Redonda. Eu e minha arquiteta
tricolor.
Até quarta no Engenhão, hora de executar!
ST
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