quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Capitulo 6 - Repensando a vida

Cheguei ao trabalho no horário habitual, sentei e comecei a trabalhar ferozmente. Despachando tudo e dando andamento e separando os processos. Mal conversei e nem parei pro cafezinho de todo dia. Minha mente se encheu de questionamentos, dúvidas, perguntas, avaliações... Lully mexia com minha adrenalina e Martha com meu intelecto. Trabalhei como quem queria fugir dos pensamentos, da consciência. Não adianta. O grande compositor John Lennon disse uma vez: “...estive em todos os lugares do mundo e só me encontrei em mim mesmo!...” O cara era foda e eu estava na encruzilhada. Precisava me encontrar comigo mesmo. Descobrir respostas. O dia passou rápido, como passam as horas quando a cabeça está ocupada. Passei o dia e a semana sem me comunicar com Lully nem com Martha. Distante do Bar e da Repartição, mas assolado pela angustia. Entrei naquela fase de procurar caminhos e respostas. Li a Bíblia, Rezei, dormi cedo, Meditei. Tudo que um homem precisa para se analisar e se encontrar. Angustias. Evitei o cigarro, mas não fugi do Uísque. Antonio, amigo novo, mas muito amigo e muito leal, havia me presenteado com seis garrafas de Red Label. Nunca um presente chegou em tão boa hora. Eu admirava a vida de Antonio. Resolvido, independente e determinado. Um cara 20 anos mais velho que eu, e com quem aprendia sempre muito sobre viver sem se preocupar com os outros. Ele havia descoberto uma formula sensacional. Não me aceita? Que se dane. Sou como me gosto e pronto. Grande Antonio! Falarei dele mais a frente. Não saí de casa dia nenhum! Trabalhei, e dormi todos os dias. Amigos me ligavam e eu nem atendia. Estava em retiro espiritual. Como podia eu me sentir envolvido por Lully? Uma menina mal nascida, noiva, comprometida e sem nenhuma perspectiva de futuro? Estava eu louco? Apaixonado jamais, pois era racional demais para assumir. Martha havia me bagunçado domingo, mas como se envolver com Martha? Desiludida, viúva de um babaca vivo e com repulsa à compromissos??!! Estava Ferrado mesmo. Foi quando Ferreira, amigo de todas as horas, apesar de ser meio cometa e aparecer de 76 em 76 dias, tocou para meu celular. Atendi Ferreira simplesmente pelo fato de ele ser meio Halley. Devia ser algo importante. Ferreira respondeu ao meu Alô com entusiasmo dizendo: To na pista! Vamos destruir o Rio de Janeiro!! Qual a boa?? Pensei em dizer que ia dormir, mas, como bom amigo, reuni forças ocultas e topei o desafio. Vamos Beber no Boteco Taco Ferreira, de lá caímos na noite ok? Ele topou de pronto! Jeans, Camiseta de malha e taxi, sim, eu tinha juízo e sabia que a noite seria uma aventura. Ferreira era do bem, Bebeu dois chopps no Bar e parou para não”queimar a largada”. Entramos numa casa ali perto, onde havia bons shows e muitos brotos(adoro a expressão, me perdoem a senilidade).Passei por Gildásio o segurança que sempre me furou a fila e entramos. Um paraíso, som sensacional, mulheres animação biritas e clima de azaração.Paramos no Balcão e Paulo logo nos trouxe energético com uísque, é verdade, eu também conhecia os garçons de lá. Ferreira bebeu lentamente, uma dose para ele e duas para mim. Começou o show w era a hora! Fui para a pista me acabar. Ferreira meio tímido e desengonçado me acompanhou. Liguei o radar e logo avistei a presa. Uma moreninha meio brega, saia curta cabelos longos, muito dourado nos brincos e tudo mais. A presa perfeita. Dancei perto dela e ela sorriu. Voltei e disse: Ferreira, vou à caça, boa sorte. Fiz o aprouxe com naturalidade, dançando e biritando. Me aproximei, falei uma besteira qualquer e ela sorriu, era a senha para o sucesso! Seu nome era Carol, solteira, estudante de direito e linda, linda, linda. Vinte e cinco anos de pura sedução. Inventei meia dúzia de mentiras. Disse que era defensor publico e como o meio era comum par Amim, logo a convenci. A Banda tocou lança perfume de Rita Lee, minha musica preferida para começar uma dança. Dançamos juntos e no final da musica já nos beijávamos intensamente. Boca macia, beijo intenso, perfume de lírios do campo, uma delicia. Dançamos mais umas duas musicas e fomos ao bar recarregar os copos. Ela bebia caipsaque e eu uísque. Seus olhos me olhavam com uma admiração que eu não merecia. Menti tanto essa noite que mal me reconheci. Não queria nada sério e até o nome inventei, disse que me chamava Mike e que era filho de ingleses. Ferreira partiu para casa cedo, ele era fraquinho.. Dançamos mais umas vinte músicas e fomos embora para a casa de Carol, ali em botafogo, pertinho. Uma noite louca e intensa. Transamos e nos usamos intensamente., dormimos abraçados como se fossemos um par perfeito. Acordei cedo e disse á Carol que tinha compromissos. Entrei no carro e apaguei o celular de Carol para não correr riscos de ligar para ela novamente. Dormi o dia todo. Acordei sábado na hora do RJ TV, que derrota...para me atordoar de vez o radio tocava: Não sei porquê Insisto tanto em te querer Se você sempre faz de mim O que bem quer Se ao teu lado Sei tão pouco de você É pelos outros que eu sei Quem você é... Cruel demais...

4 comentários:

Angelica disse...

Você me faz lembrar tanta coisa com sua história...

Lennon Pereira disse...

Que legal. Fico feliz que Consiga de certa forma interagir com a narrativa

Beta disse...

NOSSA SEM PALAVRAS....!

Lennon Pereira disse...

Isso quer dizer bom ou ruim? risos