sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Capitulo 15 – Voltando para casa e agora?

Acordamos com o canto dos passarinhos na janela do chalé. Fiquei admirando a água quente e a espuma escorrendo pelo belo corpo de Lara enquanto ela tomava banho. Pensei no quanto tudo aquilo estava me fazendo bem. Lara só me fazia ter bons pensamentos. Tomamos o maravilhoso café e fomos para as cachoeiras de Lumiar. Era uma manhã linda de sol. Paramos o carro e caminhamos até o rio. Lara logo tirou a roupa e mergulhou. Água gelada e alegria no ar. Entrei logo em seguida e a água do rio estava realmente de lavar a alma - temperatura congelante. Ficamos ali na beira do rio, em uma pedra, pegando sol. Lara deitada no meu colo e falando o quanto a natureza é bela. Ficamos contemplando a natureza por um bom tempo e trocamos de posição. Lara me colocou em seu colo e disse que precisava me contar algo. Meu coração disparou de ansiedade: meu amor, vamos ficar uns dias longe um do outro.Amanhã eu vou para Londres encontrar meus pais, minha mãe vai comemorar o aniversário dela por lá. Uma tristeza tão grande tomou conta de mim e logo Lara prosseguiu. "Só uma semana meu amor, eu volto logo e prometo voltar com muitas saudades e presentes. Não precisa fazer essa carinha triste, assim você parte meu coração". Disfarcei a tristeza e fiquei olhando o céu azul. Lara acariciava meus cabelos como se quisesse acalmar meus pensamentos e minhas inseguranças com a sua partida. Lara me beijou carinhosamente os lábios e fomos buscar as malas. A diária acabava meio dia. Helga agradeceu muitoa nossa visita, disse que quer nos ver lá novamente, deu um pote de geléia para Lara e reforçou que eu nunca mais poderia ir lá sem levar Lara. Mais uma pessoa conquistada pelos encantos de Lara. Voltamos para o Rio conversando. Eu já não estava mais triste, apenas com aquela sensação de que a vida real estava batendo à porta. Lara disse que ficaria comigo até segunda pela manhã - hora de eu voltar pro trabalho - e me pediu que a levasse à casa de meus pais. Queria conhecer melhor seus futuros sogros, brincou ela. Avisei pelo celular e marcamos de almoçar todos juntos. Minha mãe preparou uma de suas especialidades: estrogonofe de carne. Lara disse que adorava. Lara adorava tudo... Assim que chegamos Lara caiu nas graças da matriarca, que ao ver meu sorriso de alegria , logo caiu de encantos por Lara. Almoçamos, conversamos, comemos o delicioso pudim de leite e fomos embora. Na despedida minha mãe deu seu conselho: cuide bem da moça Herculano, tenha juízo e voltem sempre. Chegamos no carro e eu já me preparava para levar Lara para casa, quando mais uma surpresa surgiu: Herculano, quero ir naquele samba que você sempre fala que vai aos domingos, Até Lucas já foi e elogiou. Eu não podia recusar um pedido de Lara, mas confesso que fiquei meio sem jeito de levá-la num lugar onde sabia que certamente encontraria com Martha. Pensei comigo, seja o que Deus quiser, Martha há de compreender e, afinal, não temos nada mesmo, nenhum compromisso. Chegamos ao Samba quando estava começando e apresentei Lara à minha turma. Alguns se espantaram de início, outros nem ligaram, mas logo estávamos todos à vontade, conversando. Martha não estava e isso me deixava mais tranqüilo, porém minha sorte não durou para sempre. Faltando mais ou menos uma hora para o fim da roda de samba, Martha chegou. De longe me avistou e viu que eu estava com Lara de mãos dadas. De longe mesmo Martha acendeu um cigarro e aproximou-se da mesa. Apresentei Martha a Lara e tentei aparentar naturalidade. Martha era esperta, sentou-se perto de nós e logo puxou assunto com Lara. Conversaram bastante; Martha não era boba, queria saber quem era aquela mulher que invadia seu território e que aparentemente estava também invadindo meu coração. A tarde e começo da noite seguiu sem traumas. Muito papo, chopp, música e Lara ali, totalmente à vontade, interagindo com minha turma do Samba. Será que Lara era mesmo real? Cheguei a me perguntar. O domingo chegava ao fim e precisávamos ir embora. Lara pediu que a levasse para minha casa. Queria curtir comigo mais alguns minutos antes de ir para Londres. Sugeri ir para a casa dela e no dia seguinte a deixaria no aeroporto. Ela sorriu, disse que eu era um anjo e fomos para a Lagoa. O prédio de Lara era um daqueles de frente para Lagoa, à esquerda, um pouco antes do corte do Cantagalo. Parei o carro na garagem e subimos. Uma sala de uns cem m2, tábua corrida, móveis feitos sob medida, cortinas, quadros lindíssimos, uma cristaleira que devia custar o mesmo que o meu carro. A tv era enorme, coisa rara naquela época e o som era todo embutido. O teto com uma sanca muito bonita e luz indireta. No chão tapetes persas, com certeza. Fiquei perto de Lara para não me perder naquele latifúndio. Pegamos o corredor e chegamos ao seu quarto. Lindo, quarto de princesa, todo branco e lilás, de extrema leveza e bom gosto. Suíte, é claro , e com porta para a varanda. Pude admirar como o Rio de Janeiro é bonito. Via o Cristo Redentor, a pedra da Gávea, o Dois Irmãos, o Espelho d´água da Rodrigo de Freitas. Como era linda a cidade maravilhosa vista dali! Lara colocou um filme para assistirmos, estávamos cansados da viagem e do dia longo. Deitamos na sua cama e ela me pediu para dormir no meu peito. Deitou-se ali e fiquei acariciando seus cabelos até que ela dormisse. Eu quase não dormi aquela noite. Queria curtir todos os últimos momentos com Lara antes de sua viagem, queria acreditar naquele sonho e aproveitar ao máximo para o caso de uma hora eu acordar. Levei Lara até o aeroporto Tom Jobim.. Parei o carro e fiquei com ela até o embarque. Na partida, ela me beijou com todo carinho, me abraçou e disse que já estava com saudades: Eu volto logo meu amor, você me espera? Eu abri um sorriso e respondi: te espero mesmo que você demore 20 anos para voltar Lara, espero você trazer meu coração de volta. Ela novamente me chamou de Fofo, me abraçou mais uma vez, fechou os belos olhos, me deu mais um beijo e sumiu na sala de embarque Entrei no carro e liguei o som, a música era a parceria de Marisa Monte e Erasmo Carlos. Chorei os primeiros dez minutos do caminho de volta ao centro da cidade, fui interrompido pelo celular, era meu chefe, avisando que não iria trabalhar essa semana pois estava com conjuntivite e queria que eu tocasse dois processos que ele estava conduzindo pessoalmente e que o substituísse em duas reuniões. Deus estava mesmo do meu lado, era o que eu precisava para manter a cabeça ocupada e mostrar meu valor ao chefe. Eu estava encantado por Lara, uma mulher rica, fina e bem sucedida. Eu precisava ser alguém melhor encaminhado na vida. Não para impressionar Lara, pois ela não se importava com isso, mas eu queria que ela tivesse orgulho de mim, e queria também que seus pais me vissem como um homem a altura de sua querida filha. Recebi a missão do chefe como uma oportunidade divina. Cheguei no escritório, sentei na minha mesa liguei o computador para ler os emails do chefe com as instruções. Peguei um café, o jornal enquanto o "outlook" carregava. Alguns spams, os emails do chefe e um email pouco comum com o título em negrito e itálico: Precisamos Conversar Sr. Herculano. Remetente: Martha.santos@uerj.edu.br. Te espero para almoçar as 12 horas na Leiteria Mineira. Não falte nem se atrase!

4 comentários:

Angelica disse...

Eita! Preciso logo saber o que Martha quer conversar com Herculano...
Lennon, vc é surpreendente!

Lennon Pereira disse...

Mistério Angélica, mistééério...

Anônimo disse...

Ao ver o Herculano tão triste e solitário me lembrei dos versos de dominguinhos "Tô com saudade de tu meu desejo,to com saudade do seu beijo de mel...teu cheiro me dá prazer e quando estou com voce, estou nos braços da paz".Pobre Herculano, agora quem está sofrendo é ele, tadinho.Bem feito, quem mandou brincar com as coisas do coração?Tomara que ele sofra bastante com a ausencia da Lara.

Lennon Pereira disse...

olá anonimo, obrigado pelos comentários, Herculano vai passar por doias dificeis, vamso aguardar os próximos capitulos. obrigado pel aleitura!